Editorial

Devolver ao futuro

 

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Não planear o futuro é uma receita para o fracasso final. Temos de aceitar a realidade de que, se negligenciarmos o fornecimento aos cidadãos da informação de que necessitam para orientar as suas vidas e tomar decisões informadas sobre questões importantes, não será possível desenvolver novos pensadores para governar o novo mundo.

O jornal Milénio Stadium foi retratado como uma publicação elitista. A observação foi feita para sugerir que a comunidade lusófona não possui a capacidade de compreender o conteúdo publicado todas as semanas. O Milénio Stadium nunca foi um jornal conformista, nem o seu proprietário e colaboradores o são, nem nunca o serão. O conformismo existe para apelar ao menor denominador, alimentando a informação com base na crença de que as pessoas devem ser mantidas informadas apenas com a premissa pela qual os fornecedores de meios de comunicação social vivem e não com base em visões progressistas baseadas na realidade atual do mundo.
Desde a viragem do século, só há duas alternativas para as organizações dos media. Adaptação ou morte. Muitos dos meios de comunicação social étnicos continuam a usar vendas nos olhos, fingindo que tudo se passa como habitualmente, ignorando as mudanças radicais nos hábitos dos consumidores e a sua necessidade de alternativas na distribuição da informação. Os organismos de radiodifusão e as editoras têm por objetivo entreter as pessoas com a música, o teatro, o chat e a programação conexa, e não alimentar o ego dos fornecedores. O jornalismo precisa de novos carros e condutores que o levem para o próximo lugar e para o próximo nível. A entrega presunçosa de informação já não é aceitável.

As duas últimas edições do Milénio foram dedicadas à recolha de informação sobre o que a comunidade lusófona pretende que lhe seja transmitido através dos seus jornais e outros veículos de informação. A nossa hipótese tem sido a de que o que pode ser bom ou mau pode sempre ser melhor, partindo do princípio de que, se for melhor, a comunidade ficará mais bem informada e talvez este jornal deixe de ser retratado como elitista pelos elitistas. A informação obtida dos nossos leitores é inestimável e os resultados apresentados na nossa última edição não foram baseados em teorias, mas sim em opiniões de pessoas reais. O Milénio Stadium acredita no potencial da comunidade lusófona canadiana e na sua visão de transição para o futuro e nós queremos acompanhá-la. Por esta razão, o nível de envolvimento com o público irá aumentar para incluir as pessoas que fazem a sociedade mover-se. Esta semana estamos a envolver as gerações mais jovens para fornecerem os conteúdos que irão discutir os problemas e as soluções geracionais.

Há um consenso de opiniões de que, culturalmente, tem havido uma deslocação e ignorância relativamente à inclusão dos nossos jovens adultos e que os seus pontos de vista e opiniões não são levados a sério. As gerações Z a X enfrentaram e continuam a enfrentar obstáculos que a geração dos “baby boomers” nunca enfrentou, sobretudo devido ao aparecimento das redes sociais. O Milénio quer saber e compreender onde estão os seus processos de pensamento e se podem criar um renascimento cultural lusófono, que o resto de nós possa seguir.
O mundo implementou políticas perversas e uma podridão institucional que virou a sociedade de pernas para o ar. Não podemos depender de sistemas de governo com as suas políticas autocráticas e de confronto para criar um mundo habitável para as crianças que nascem hoje. A cortina foi aberta sobre o horror oculto e vergonhoso do ódio, da corrupção e do racismo. Talvez sejam as gerações mais jovens, com olhos frescos, que possam avaliar o que fizemos de errado e trazer a paz ao vale.

As escolhas para elevar a progressão cultural e as identidades são individuais, mas podem ser contagiosas para os outros se beneficiarem a sociedade em geral. O Milénio abordará questões importantes, por mais controversas que sejam, e esperamos trazer a comunidade para nos dar a orientação necessária para chegarmos a um lugar melhor.

A cegueira da alma representa limitações e, para regressar à realidade, são necessários sacrifícios conscientes.
A América precisa de soluções e de fluidez na sua hierarquia se quisermos sobreviver à autoestrada da informação.

Give it back to the future

Failing to plan for the future is a recipe for eventual failure. We must embrace the reality that if we neglect to provide citizens with the information they need to guide their lives and make informed decisions about important issues then new thinkers cannot be developed to govern the new world.

Milenio Stadium newspaper has been portrayed as an elitist publication. The remark was made to suggest that the Lusophone community does not possess the capacity to grasp the content published each week. Milenio Stadium has never been a conformist newspaper, and neither is its owner and collaborators, and it will never be. Conformism exists to appeal to the lowest denominator, feeding information based on the belief that people should be kept informed only with the premise by which media providers live by and not based on progressive views based on the current world reality.

Since the turn of the century, there have only been two alternatives for media organizations. Adaption or death. Many in the ethnic media continue to wear blindfolds pretending that it’s business as usual, ignoring the radical changes in the habits of consumers and their need for alternatives in the delivery of information. Broadcasters and publishers are in the business of entertaining people with the music, drama, chat and related programming, and not to feed the providers’ egos. Journalism needs new cars and drivers to take it to the next place and next level. Presumptuous delivery of information is no longer acceptable.

The past two editions of Milenio have been about acquiring information regarding what the Lusophone community wants to be fed through their newspapers and other information vehicles. Our hypothesis has been that what could be good or bad can always be better using the presumption that if it is better, the community will become better informed and perhaps this newspaper will no longer be portrayed as elitist by elitists. The information obtained from our readers is invaluable and the results outlined on our last edition were not based on theories but on the opinions of real people. Milenio Stadium believes in the potential of the Canadian Lusophone community and on its transitionary vision for the future and we want to come along with it. For this reason, the level of engagement with the public will increase to include the people who make society move. This week we are engaging the younger generations to provide the content which will discuss generational problems and solutions. There is a consensus of opinions that culturally there has been a displacement and ignorance pertaining to inclusion of our young adults and that their views and opinions are not taken seriously. Generations Z to X have and continue to face obstacles that the baby boomer generation never faced, particularly due to the birth of social media. Milenio wants to know and understand where their thought processes are and if they can create a Lusophone cultural renaissance, which the rest of us can follow.

The world has implemented perverse policies and institutional rot which have turned society upside down. We cannot depend on systems of government with their autocratic and confrontational policies to create a livable world for the children born today. The curtain has been pulled back on the hidden and shameful horror of hate, corruption and racism. Perhaps it will be younger generations with fresh eyes who can assess what we have done wrong and bring peace to the valley.

Choices to elevate cultural progression and identities are individual but it can be contagious to others if the choices benefit society in general. Milenio will tackle important issues no matter how controversial and we hope to bring the community along to provide the guidance to get to a better place.

Blindness of the soul represents limitations and in order to return to reality, mindful sacrifices are required. America needs solutions and fluidity in its hierarchy if we are to survive the information highway.

Manuel DaCosta/MS

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