Fransérgio foi a chave para a pressa de não chegar tarde

Liga Europa: Sp. Braga, 3 – Hoffenheim, 1.

Mais uma página histórica carimbada pelo Sp. Braga na Europa, abrindo desde já espaço para novos capítulos. A equipa minhota venceu o Hoffenheim (3-1), assegurou a passagem aos 16 avos de final da Liga Europa e ascende novamente ao primeiro lugar do grupo. O primeiro triunfo caseiro sobre uma equipa alemã teve um golo logo nos primeiros segundos e Fransérgio como herói nos derradeiros minutos.
O Sp. Braga entrou em campo com uma certeza. Uma vitória selava o apuramento para os 16 avos de final da Liga Europa e já só se preocupava com a calculadora para fazer contas ao primeiro lugar do grupo. Com diria António Variações, «com a pressa de chegar» a equipa de Abel Ferreira marcou logo no primeiro minuto. 45 segundos, segundo a UEFA, foi o tempo que o Sp. Braga necessitou para fazer Baumann ir ao fundo das redes alemães, como que não querendo «chegar tarde» ao comboio das equipas com passaporte para a próxima fase. Jogada de insistência de João Carlos Teixeira na esquerda, ganhou na luta com os adversários e deu depois para o coração da área. A defesa do Hoffenheim fez o corte para a entrada da área, onde apareceu Goiano, ainda distante da baliza, a dar com a sola para o fundo das redes.

Pressa de chegar muda tabuleiro

Os dados da partida ficaram desde logo virados do avesso. Todas e quaisquer espectativas de um jogo aberto, de parada e resposta com as duas equipas a lutar pelo resultado de forma desinibida caíram por terra.
Em vantagem logo no primeiro minuto o Sp. Braga viu-se remetido, com naturalidade, a tarefas mais defensivas face um Hoffenheim obrigado a ganhar. Passou a jogar-se num tabuleiro de xadrez.
Os germânicos subiam as suas peças de forma coordenada, trocando a bola de pé para pé com combinações interessantes. Mas faltava genialidade, uma finta ou um pormenor de futebol em estado puro. Faltava a essência do talento a uns alemães competentes, mas que esbarraram num Sp. Braga também ele organizado e com as peças a resistir no seu espaço perante as investidas do adversário.

Fransérgio foi a chave

Nagelsmann mexeu as suas peças ao intervalo, tentando ganhar posição com o número de homens na zona de decisões. O técnico desfez o tridente do meio campo e acrescentou ao encontro um elemento de características mais ofensivas, voltando a mexer logos nos primeiros minutos na sua equipa.
Acentuou-se a tendência, o Hoffenheim deu mais uns passos no sentido da baliza do Sp. Braga e montou o cerco à baliza de Matheus. Foi Uth, um dos homens lançados pelo técnico germânico, a devolver o empate ao encontro. Um golo que se adivinhava, baixou em demasia a equipa lusa e expôs-se ao domínio alemão.
Depois de tanto tempo encostado à sua área parecia já não haver carga para os arsenalistas voltarem a lutar pelos três pontos, mas Fransérgio serviu como chave do jogo e, ao mesmo tempo do apuramento bracarense para os 16 avos de final da Liga Europa. Aproveitou o cruzamento açucarado de Esgaio para carimbar o triunfo aos 81 minutos. Caso ainda houvesse dúvidas fez o segundo ao aproveitar um erro da defesa alemã com um bom remate para a baliza deserta.
O Sp. Braga é líder do Grupo C, já está na próxima fase e é exclusivamente com a liderança do grupo que tem de se preocupar. Pela quinta vez na sua história avança a fase de grupos, estreando-se a vencer em casa a equipas alemãs.

Jogo no Estádio Municipal de Braga.
Sporting de Braga – Hoffenheim, 3-1.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores:
1-0, Marcelo Goiano, 01 minuto.
1-1, Mark Uth, 74.
2-1, Fransérgio, 81.
3-1, Fransérgio, 90+3.
Equipas: – Sporting de Braga: Matheus, Marcelo Goiano, Ricardo Ferreira, Raúl Silva, Jefferson, Vukcevic, Danilo, Fransérgio, Esgaio, João Carlos Teixeira (Fábio Martins, 77) e Paulinho (Dyego Sousa, 71).
(Suplentes: André Moreira, Bruno Viana, Xadas, André Horta, Fábio Martins, Hassan e Dyego Sousa).
Treinador: Abel Ferreira.
– Hoffenheim: Oliver Baumann, Stefan Posch, Kevin Vogt, Havard Nordveit (Serge Gnabry, 46), Florian Grillitsch, Dennis Geiger (Mark Uth, 52), Kerem Demirbay, Steven Zuber (Adam Szalai, 66), Nico Schulz, Nadiem Amiri e Andrej Kramaric.
(Suplentes: Gregor Kobel, Ermin Bicakcic, Lukas Rupp, Mark Uth, Adam Szalai, Serge Gnabry e Phillipp Ochis).
Treinador: Julian Nagelsmann.
Árbitro: Andre Marriner (Inglaterra).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Florian Grillitsch (61), Kerem Demirbay (69), Stefan Posh (75), João Carlos Teixeira (75), Esgaio (80), Adam Szalai (85), Mark Uth (89) Nico Schulz (90+6) e Hassan (90+6). Cartão vermelho direto para Adam Szalai (90+6).
Assistência: 10.054 espetadores.