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Tuque-tuques regressam em força às ruas do Porto

tuque-tuque - porto - milenio stadium

 

Pandemia quase deu cabo do setor mas a retoma está a superar as expectativas, mesmo em tempo de crise económica. Há mais empresas a operar e mais veículos em circulação.

Foi dos setores ligados ao turismo que mais sofreram com a pandemia. As quebras foram totais e causaram despedimentos e insolvências de empresas. Este verão foi de retoma e no Porto nunca circularam tantos tuque-tuques como agora. Há mais empresas a operar, mais veículos e mais pessoas empregadas. A Baixa portuense e a zona histórica, com as suas ruas estreitas, continuam a ser os locais mais solicitados pelos turistas para visita e são muitas as peripécias contadas pelos condutores de tuque-tuques. Ainda recentemente um transportou em emergência uma turista ao hospital após uma queda sofrida na zona da Sé Catedral.

“Foi aflitivo, porque a senhora, estrangeira, tinha uma fratura exposta no braço. Ainda disse ao marido que o melhor era chamar uma ambulância, porque iria haver muita chocalhada, mas ele achou que de tuque-tuque seria mais rápido. Então foi uma viagem louca até ao Hospital de St.º António”, conta Murillo Diniz Nogueira, condutor destas pequenas viaturas há oito meses. Murillo, com 36 anos, é brasileiro, mas a avó é do Porto.

“Vim naquela de experimentar e apaixonei-me pela profissão”, conta. “É muito dinâmico e depois, apesar de circularmos sempre pelos mesmos locais, todos os dias acontece algo de diferente”, acrescenta Murillo, que recorda outra situação vivida neste primeiros meses de trabalho: evitou que um jovem se lançasse ao rio da Ponte do Infante.

A Câmara do Porto diz que na cidade estão licenciados 58 veículos. No total, são cerca de dez operadoras no mercado. “Há mais concorrência, mais tuque-tuques na rua e mais gente a trabalhar, mas há trabalho para todos”, diz Pedro Fernandes, o mais antigo condutor da Porto TukTours, embora a autarquia informe que “não houve alteração ao contingente licenciado para operação de circuitos turísticos para a circulação de veículos triciclos ou quadriciclos com lotação igual ou inferior a nove lugares” e que três empresas de circuitos turísticos renovaram em 2021 as licenças para circuitos turísticos para este tipo de veículo.

DOS 25 AOS 400 EUROS

O fenómeno dos tuque-tuques surgiu na cidade em 2008, mas foi a partir de 2012 que aconteceu a expansão, com o “boom” de turistas. A pandemia parou o setor, ao ponto de a Associação Nacional de Condutores de Animação Turística e Animadores Turísticos (ANCAT) ter criado um banco alimentar de emergência para ajudar animadores turísticos que passaram por graves carências económicas durante os confinamentos, a maior parte trabalhadores independentes, empresários em nome individual, sócios-gerentes ou micro empresas.

A formação hoje é constante pois muitos dos condutores são imigrantes, muitos brasileiros e outros tantos venezuelanos. Têm de dominar a língua e conhecer a cidade, a sua história e tradições.

“Na Venezuela, era educador infantil, mas lá está um pouco mal. Estou nos tuque-tuques há três meses e estou a gostar”, garante Milton Bataille, de 46 anos.

A viagem podem ser de uma hora, hora e meia, duas horas, três ou seis horas, esta última com almoço incluído. “O cliente é que escolhe. Muitas vezes, metemos uma musiquinha”, conta Murillo. Em cada roteiro há um tema. No da cidade do vinho do Porto, por exemplo, é dada a conhecer a zona da Ribeira, entra a Sé e a Serra do Pilar, com direito a beber o famoso vinho. Os preços variam entre os 25 euros/pessoa/uma hora e os 60 euros/pessoa três horas. O dia todo pode custar 400 euros.

Os outros nomes dos tuque-tuques

São designados “viaturas de animação turística não pesada” e o Código da Estrada chama-lhes triciclos e quadriciclos. Tuque-tuque é termo usado em vários países.

Câmara regula

O regulamento foi aprovado em 2016, no Porto. O número de veículos a circular é limitado, assim como as zonas onde podem circular e parar. Atualmente estes locais de embarque estão na Sé, junto à Torre dos Clérigos, na Rua de 31 de Janeiro, junto à Livraria Lello e na Ribeira, zona turística que é servida pela paragem na Rua de S. João.

JN/MS

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