Planejar mais, viver também

Planejar é importante. Somente através do planejamento a gente vai delimitando os “miles stones”, as tarefas a serem realizadas começam a tomar forma e, aos poucos, conseguimos concluí-las.

Por outro lado, nesses tempos que estamos vivendo, deu pra perceber que a simples tarefa de planejar pode gerar frustração e desânimo, tendo em vista as incertezas do amanhã. Se tem uma coisa que eu aprendi nesses ciclos pandêmicos é que precisamos ao máximo aproveitar o momento presente, curtir mais as pessoas que estão em nossas vidas, não deixar de fazer aquilo que se quer por medo, por falta de aprovação alheia, ou qualquer que seja o motivo que nos bloqueia.

Tempo e saúde, como sempre e, principalmente na atual conjuntura, são as coisas mais importantes a se priorizar. Mas então, pelo contexto atual, não se deve fazer planos? Pelo que se pode observar ao longo da história, apesar, por exemplo, das guerras e outras catástrofes que assolaram a humanidade, o ser humano consegue superar as adversidades quando mantém acesa a chama da esperança. E é a esperança de que as coisas vão melhorar que sustenta e dá vida à necessidade de planejar. Mesmo que os planos vão por água abaixo, sempre voltamos a fazê-los. Alguns atribuem essa insistência à fé, outros ao nosso instinto de sobrevivência. Muita gente que eu conheço, inclusive eu, todo começo de ano faz uma lista das coisas que deseja realizar. Então, apesar de toda a incerteza que estamos vivendo, vamos fazer planos! O primeiro passo é transcrever aquilo que idealizamos através de palavras. É uma forma de dar concretude às ideias. E também de organizá-las e estabelecer prioridades.

Mais do que escrever, sonhar e ficar imaginando uma novela na cabeça, é necessário fazer a coisa acontecer. E pra isso, é preciso viver de fato através da ação, movimento, transformação, caminhada. Pode ser algo complexo, como por exemplo abrir um negócio, ou simples, como sanar a vontade de comer um bolo de cenoura. Em todo caso, a ação é fundamental para que a ideia possa sair do campo dos sonhos e pular para o mundo real. E esse salto é feito de forma gradativa.

Para saborear um belo bolo de cenoura, primeiramente, você deve conferir se tem em casa os ingredientes necessários; caso não, precisa comprar o que falta! Olha o planejamento aí! A nova etapa é misturar os ingredientes em quantidades certas e depois colocar para assar na temperatura correta e no tempo ideal. Enquanto espera assar, é hora de fazer a cobertura, e quando o bolo estiver assado, é hora de ser feliz e jogar aquela cobertura linda de chocolate. Se não aguentar esperar, é só atacar!

Faça agora uma analogia desse passo a passo do bolo com o propósito de abrir um negócio, de viajar para um lugar sonhado por anos e tantas outras coisas desejadas por você.

A reflexão de hoje, com relação a planejar e realizar, me remete a um ditado popular que ouvia na minha infância: “ A gente faz um plano e Deus faz outro”. Penso que essa frase nos encoraja a nunca desistir de planejar e sim aprender a lidar com a frustração. E mais importante, desenvolver a habilidade de aceitar o que não pode ser mudado sem perder a capacidade de sonhar, planejar e continuar vivendo. Sem planos, estagnamos.

Sonhe, planeje, movimente-se e, principalmente, VIVA!

Adriana Marques/MS