Luz vermelha
O mundo da beleza não pára de nos surpreender… e às vezes até se torna difícil acompanharmos tudo aquilo que surge de novo. No artigo desta semana decidimos falar um pouco sobre um tratamento que, apesar de não ser dos mais recentes, se tornou tendência: a luz vermelha!
São várias as celebridades que já se renderam às maravilhas prometidas pelo mesmo: Kate Hudson, Chrissy Teigen e Kourtney Kardashian são apenas alguns exemplos. A socialite chegou, inclusive, a publicar no Instagram, em 2016, uma fotografia de si mesma em que usava uma máscara brilhante de cerca de $ 3.000, numa consulta com a esteticista de celebridades Shani Darden.
Há quem diga que foi mesmo a partir desse momento que outras caras bem conhecidas, como Kelly Rowland, Lena Dunham, Emma Stone e Carole Radziwill, decidiram “dar o corpo ao manifesto” e comprovar a eficácia deste tipo de tratamentos – posteriormente, também elas postaram imagens de sessões semelhantes de terapia facial de luz vermelha e azul.
Atualmente já existem no mercado dispositivos de terapia de luz LED para uso doméstico, com diferentes níveis de preços. E não, não ficamos por aqui: o seu uso vai muito além dos tratamentos faciais!
OS LEDs
Comecemos pelo início: os LEDs (light-emitting diode, em inglês) são, como o próprio nome indica, diodos emissores de luz, quando submetidos a corrente elétrica.
É partir desse momento que surgem ações fotoquímicas e térmicas dessas mesmas luzes, sendo que cada cor pode oferecer diferentes benefícios e malefícios. Isto explica-se pela forma como cada uma delas é absorvida pelo nosso corpo: a luz vermelha é absorvida pela melanina.
TERAPIA DE LUZ VERMELHA
Então, afinal, como é que esta luz vermelha atua no nosso corpo e que tipo de benefícios nos pode oferecer?
Curiosamente, a terapia que utiliza a luz vermelha foi descoberta por acidente por Endre Mester, em 1967, na Universidade Médica Semmelweis, em Budapeste, Hungria, quando percebeu que esta luz ajudava a promover o crescimento do cabelo e a cicatrização de feridas em ratos.
Mais tarde, nos anos 90, a tecnologia LED foi utilizada por cientistas para ajudar – imaginem só – a cultivar batatas no espaço! Mais concretamente, os LEDs de cor vermelha ajudaram a promover a fotossíntese e também aceleraram o processo de cicatrização de feridas nas mãos dos cientistas.
De forma resumida, a terapia de luz vermelha funciona pela exposição repetida da pele a baixos níveis de luz vermelha e infravermelha. Como utiliza comprimentos de onda baixos, a luz vermelha não gera calor e penetra na pele entre 1 e 2 milímetros e, desta forma, é capaz de promover o fortalecimento das mitocôndrias – assim, as células podem não só funcionar de forma mais eficiente, como também rejuvenescer e reparar-se a si próprias.
Assim, entre os benefícios deste tipo de tratamento estão:
- Aumento do fluxo sanguíneo
- Redução da inflamação
- Aumento dos níveis de colagénio
- Aumento da produção de fibroblastos
Em termos práticos, pode ajudar a:
- Promover a cicatrização de feridas e a reparação de tecidos
- Combater o acne
- Reduzir alguns efeitos secundários do tratamento do cancro, como a mucosite oral, a dermatite de radiação e o linfedema
- Melhorar o crescimento do cabelo, inclusivamente em pessoas com alopecia androgénica
- Tratar a síndrome do túnel cárpico, a curto prazo
- Reduzir a progressão da miopia
- Reduzir as lesões da psoríase e cicatrizes de queimaduras
- Reduzir a dor neuropática
- Melhorar a função neural, a cognição e a memória de pessoas com a doença de Alzheimer
- Melhorar a tez da pele e reduzir a aparência de rugas
- Aliviar a dor e a inflamação em pessoas com dores nos tendões de Aquiles
EXISTEM EFEITOS SECUNDÁRIOS?
Apesar de não se conhecerem, até ao momento, efeitos secundários deste tipo de tratamentos (apesar de ser uma luz, o LED de cor vermelha não produz raios UV), os especialistas não os recomendam a indivíduos que sofrem de convulsões, perturbações oculares e com doenças fotossensibilizantes, como o lúpus, ou a quem esteja a tomar um medicamento fotossensibilizante. É ainda importante ter sempre o cuidado de utilizar óculos de proteção, tendo em conta que a exposição prolongada à luz vermelha (e também azul) pode provocar danos nos olhos. Finalmente, convém ter presente que a frequência deste tipo de tratamentos poderá variar de pessoa para pessoa, e de caso para caso.
Inês Barbosa/MS
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