Saúde & Bem-estar

As emoções do mundo

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Não podemos dizer que estes últimos anos tenham sido de todo fáceis: o mundo deparou-se com um vírus assustador, que numa primeira fase nos obrigou a ficar confinados em casa e que nos negou todo e qualquer contacto social. Depois surgiram todas as alterações à nossa vida quotidiana, com muitos trabalhos a passarem a ser feitos a partir de casa e outras rotinas a terem de ser obrigatoriamente adaptadas toda uma nova realidade.
E se a tudo isto, que já era suficientemente mau, juntarmos uma crise económica, facilmente compreendemos as muitas e más consequências que daqui surgiram para a nossa saúde mental: fadiga pandémica, casos de ansiedade, depressão, adição (álcool, droga e jogos, por exemplo) e stress pós-traumático, são apenas alguns exemplos.

Prova disso mesmo são também os resultados do Relatório Global de Emoções da GALLUP de 2022. O estudo levou a cabo entrevistas a 127 mil pessoas com mais de 15 anos, originárias de 122 países diferentes, entre 2021 e o início do ano de 2022: e o que descobriu não é particularmente bom. Mas há exceções… e Portugal é uma delas!

As conclusões gerais

– O nível de tudo aquilo que se relaciona com emoções negativas – como tristeza, raiva, dores físicas, stress e preocupações – atingiu um novo máximo em 2021, segundo os dados recolhidos pela GALLUP;
– O nível global de infelicidade situa-se agora nos 33%;
– A pobreza, a pertença a más comunidades, a fome, solidão e a escassez de um bom trabalho são as principais razões para que as pessoas se sintam infelizes;
– O estudo chegou à conclusão que dois mil milhões de pessoas vivem com rendimentos insuficientes e outras tantas são tão infelizes com o local onde vivem, que não o recomendariam a ninguém;
– A solidão também se fez sentir durante este último ano: mais de 330 milhões de adultos de todo o mundo passaram mais de duas semanas sem conversar com nenhum membro da família ou amigo, e um quinto das pessoas assumiram que não têm ninguém com quem realmente possam contar caso necessitem de ajuda;
– Existe uma relação entre o aumento das emoções negativas e a agitação civil. De acordo com o Índice Global de Paz, os tumultos, greves e manifestações anti-governamentais aumentaram 244% entre 2011 e 2019. Em 2020, este número aumentou exponencialmente, com uma estimativa de 15.000 protestos a nível global.

As questões

Para chegar a estas (e a outras) conclusões, foram colocadas “questões de experiência positiva” e “questões de experiência negativa” aos inquiridos – nas primeiras, pontuações mais elevadas indicam que as emoções positivas estão mais presentes num determinado país, sendo que as mesmas se relacionam fortemente com as perceções das pessoas sobre a sua vida, normas, liberdades pessoais e presença nas redes sociais. Já nas do tipo negativo, quanto maior a pontuação, maior será o nível de emoções negativas sentidas no país – as más experiências pessoais relacionadas com a saúde e dificuldade em pagar por alimentos são indicadores de pontuações negativas mais elevadas.

Se calhar fazer umas “caixas” com os dois tipos de perguntas:

Positivas

Sentiu que descansou bem ontem? Foi tratado com respeito durante todo o dia de ontem? Sorriu ou riu bastante ontem? Aprendeu ou fez alguma coisa interessante ontem? Aproveitou o dia de ontem?

 

Negativas

Sentiu dor física durante o dia de ontem? Sentiu-se preocupado durante o dia de ontem? Sentiu-se triste durante o dia de ontem? Sentiu stress durante o dia de ontem? Sentiu raiva durante o dia de ontem?

 

Após combinar o resultado dos cinco indicadores positivos, a GALLUP determina um indicador de experiências positivas: assim, neste último relatório os países onde os inquiridos reportam mais experiências positivas foram o Panamá, a Indonésia, o Paraguai, El Salvador e as Honduras. A Islândia é o primeiro país europeu a aparecer nesta lista (7º lugar) e a Dinamarca encontra-se em 10º. Já o Afeganistão é o país com um índice menos positivo, algo que já se vem a registar desde 2017. Segue-se o Líbano e o Iraque. No top 10 das experiências negativas apenas se encontra um país europeu: a Turquia (6º lugar).

A posição de Portugal

Apesar destes resultados pouco animadores, Portugal parece fugir um pouco a esta tendência negativa e surge, numa lista composta por 122 países, em quarto lugar entre os que sentem menos raiva. A Finlândia surge no primeiro lugar, com 95% dos inquiridos a dizer que no dia anterior não tinha sentido raiva, seguida de Maurícias (94%) e Estónia (93%).

Inês Barbosa/MS

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