Palavras ausentes
Caro leitor
O jornal Milénio desta semana é diferente das edições anteriores.
Sem querer insultar a comunidade lusófona, penso que está na altura de se perceber quais são os custos de produção de jornais, revistas, televisão e rádio. A comunidade tem sido habituada, ao longo dos anos, a esperar que todos os serviços sejam prestados gratuitamente, nunca questionando quais os custos reais para produzir conteúdos de qualidade.
As atuais condições económicas resultaram em incertezas quanto ao que o futuro oferecerá, particularmente aos meios de comunicação étnicos independentes, se as circunstâncias financeiras não se alterarem.
É importante que os meios de comunicação étnicos sobrevivam como uma plataforma para o pensamento diverso e para a promoção das nossas diferenças culturais. No entanto, a produção de informação útil tem um custo elevado para informar uma diáspora que pode não estar consciente dos desafios atuais.
Esta semana, estamos a fornecer um jornal sem conteúdo, à exceção dos anúncios pagos pelos nossos anunciantes. O simbolismo de um jornal sem conteúdo é uma mensagem do que pode acontecer no futuro, à medida que os media vão tendo uma morte lenta. É altura de as comunidades apoiarem aqueles que trabalham arduamente para promover a cultura e as tradições e manter as comunidades informadas e vivas.
M. A. DaCosta
Presidente, MDC Media Group Inc.
Uma carta para a comunidade
A produção de Media para a comunidade lusófona é economicamente impossível e praticamente irracional.
Porque é que aqueles que se dedicam à propagação da cultura portuguesa em países fora de Portugal, pensam que estão a fornecer um serviço necessário para lusodescendentes?
A demografia não justifica, porque não conseguimos saber o número de olhos que vão absorvendo as letras e imagens produzidas para seu consumo.
Será que uma mudança radical faz falta para despertar o interesse dos olhos lusos? Eu sou da opinião que sim e que a qualidade de oferta dos produtos oferecidos tem de ser elevada. Não sei se há talento suficiente nas comunidades para melhorar a qualidade e se as comunidades estão interessadas num acrescer de qualidade. O futuro da comunicação social está precário e penso que a combinação de redes sociais e inteligência artificial vão dominar o futuro combinando notícias falsas e plágio.
O futuro tem pouco sol se a visão daqueles que querem ser teimosos e continuam a promover a portugalidade não mudar. Os produtores de media estão a lutar contra realidades económicas, sem apoio dos patrocinadores e clientes com a atitude de que tudo deve ser gratuito.
Será que a comunidade está preparada para defender a comunicação social da forma que existe e pagar algo para a produção de conteúdo de qualidade? É tempo que sim porque a realidade é que todos os empresários que pertencem à comunicação social talvez encerrem as portas se o patrocinador principal de Ontário decidir cancelar a sua ajuda. Esta precariedade é inconfortável e desnecessária se a comunidade em geral estivesse disposta a manter os serviços com ajuda financeira. Para isso seria necessário que a qualidade de oferta de conteúdos seja muito mais elevada.
Os media ocuparão um novo lugar na sociedade e, em particular, as redes sociais que ocuparão um lugar especial na interferência e no avanço do nosso quotidiano. Os media inseriram-se no equilíbrio da informação que inalamos e visualizamos com uma combinação de notícias reais, dependendo do nosso ponto de vista.
Os media são da responsabilidade de todos. Os que criam e os que consomem. Se o consumidor se contenta com ofertas medíocres, então os contributos de hoje são ótimos.
Os media devem informar, relacionar e educar. Atualmente, vivemos uma crise social e emocional porque a liberdade e a democracia são tudo o que precisamos, até nos apercebermos de que não existem.
Comam e vejam boa media e rejeitem o vulgar.
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