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Expectativa de um luso-canadiano rumo ao Qatar

sergio 1 - milenio stadium

 

Como muitos portugueses e seus descendentes, o futebol é uma paixão para o contabilista Sérgio Ruivo. O coração dele bate mais forte pelo Sporting, do qual é adepto fervoroso, mas nessa época de Copa do Mundo, todas as atenções estão voltadas para a seleção portuguesa e claro também para a do Canadá, país onde foi criado e que volta a participar do campeonato depois de 36 anos. Para este ano a expectativa em relação ao desempenho da equipa das quinas é grande. Em relação à seleção canadiana acha que tem uma boa equipa, mas não acredita que irá tão longe na disputa. E Sérgio estará lá “in loco” para conferir o desempenho de Cristiano Ronaldo, Alphonso Davies e companhia.

Ele embarca para o Qatar na próxima segunda-feira (21) e já está com os ingressos na mão para as três primeiras partidas de Portugal, além de duas do Canadá e mais dois jogos das fases eliminatórias. Essa é a segunda vez que Sérgio viaja para um Mundial de Futebol da FIFA, a primeira foi na Copa dos EUA em 1994. Essa experiência, no entanto, será diferente até pelos aspectos culturais do país-sede, muito mais restritos do que em relação aos Estados Unidos.

Sérgio Ruivo estará no Qatar por três semanas e acredita que será uma estadia tranquila e sem problemas, basta saber respeitar as leis locais. Nesta entrevista tentamos perceber qual a expectativa dele para a viagem, qual sua opinião sobre as polêmicas envolvendo a escolha desse país como sede entre outros assuntos. As camisolas das seleções portuguesa e canadiana já estão separadas e Sérgio se prepara, junto de mais três amigos, para mergulhar no mundo do futebol nas próximas semanas, desfrutando dessa oportunidade única e memorável para os adoradores do esporte. E se Portugal merecer dentro dos relvados e a sorte lhes sorrir…Sérgio acredita que é possível que a equipa das quinas cheguem mais longe e quem sabe garantam a inédita taça dourada do Mundial. A torcida está garantida!

 

sergio 2 - milenio stadium

 

Milénio Stadium: O senhor Sérgio Ruivo já deve estar com as malas prontas para viajar ao Qatar. Já conhece o país e qual a expectativa para essa viagem?
Sérgio Ruivo: Não conheço muito bem, mas já estive a informar-me através de várias fontes, inclusive a FIFA, e já tenho uma ideia sobre a cidade de Doha, onde ficam os estádios, em relação a nosso apartamento e também as praias! Em relação às malas, normalmente só as faço no dia de viagem. Já fui avisado que álcool e produtos de carne de porco são proibidos de levar, portanto já sei que chouriço não vai haver!

MS: A realização do Mundial de futebol no Qatar vem provocando muitas polêmicas devido a questões políticas e de direitos humanos em geral. Você se preocupou em ler/ se informar mais sobre as questões culturais locais antes dessa viagem? Tem algum receio em estar naquele país?
SR: Muitas das questões são legítimas, especialmente da forma como os trabalhadores estrangeiros foram tratados ao longo dos anos em que os estádios foram construídos. Parece que cerca de 15 mil perderam a vida na fase de construção. Nenhum país é perfeito com certeza, mas em certos aspetos, pelo que li a respeito, as condições de trabalho já foram melhoradas por pressão da FIFA, outra organização que também não é uma organização de virtude indiscutível. O que também é verdade, é que o Qatar só conseguiu o Mundial através da compra de votos de delegados africanos, da América do Sul e alguns países na Ásia.

MS: Pretende tomar algum cuidado específico na hora de circular pelas ruas das cidades ou até de frequentar algum estádio de futebol?
SR: Acho que não. Já fui a vários eventos deste tipo e acho que no que diz respeito a segurança, o Qatar vai ser mais seguro que os restantes sítios aonde o Mundial já foi realizado. O que ajuda é o fato de que todo os jogos vão acontecer em quatro estádios muito próximos, coisa inédita num Mundial até hoje. Com certeza não me vou expor a protestar a favor deste caso ou outro, e não vou levar o copo de cerveja fora das zonas controladas.

MS: Diante de todas essas polêmicas provocadas pela escolha do país sede do Mundial FIFA de futebol 2022, o futebol em si, como desporto, acabou muitas vezes em segundo plano. Achas que a escolha do Qatar foi um equívoco?
SR: A escolha não teria acontecido num percurso natural, é verdade. Houve uma grande vontade de o Emir do Qatar realizar o Mundial no seu país, e ser o primeiro a realizar este evento num país árabe , e o montante de dinheiro gasto para garantir que isso acontecesse, ajudou a concretizar esse sonho. Não sou necessariamente contra isto, mas também acho que uma sociedade como esta não é necessariamente a melhor para realizar o Mundial de futebol. Não necessariamente porque existem certos tabus como o do álcool e livre expressão num ambiente destes, mas também porque não existe uma cultura de futebol como eu e a maioria dos adeptos do desporto rei o entendem.

MS: Agora sim, falando de futebol. Qual a expectativa de desempenho que tem para as seleções portuguesa e canadiana e qual considera as equipas mais bem preparadas e com chances de ganhar o título?
SR: Acho que a seleção canadiana vai sair na fase de grupos, e que a seleção das quinas vai chegar ao final! Se não assim for assim, paciência, mas o caminho para lá chegar vai ser divertido!!

Lizandra Ongaratto/MS

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