Catarina Martins vai deixar a liderança do BE
A coordenadora do BE, Catarina Martins, anunciou esta terça-feira que não se vai recandidatar à liderança do partido.
“É o fim de um ciclo político”. Foi assim que Catarina Martins anunciou, na manhã desta terça-feira, que não se vai recandidatar à liderança do Bloco de Esquerda (BE), na Convenção Nacional marcada para 27 e 28 de maio, ao fim de 10 anos como coordenadora nacional do partido.
Para Catarina Martins, é altura de abrir a porta à renovação, perante o desgaste da maioria absoluta do PS e o perigo da chegada ao poder do extremismo. “É agora que o BE deve começar a preparação da mudança política que já aí está”, declarou, em conferência de Imprensa, na sede nacional do partido.
Na hora de anunciar a saída, Catarina Martins recusou abriu o véu sobre se apoiará alguém na corrida pela sua sucessão, dizendo apenas que tomou a decisão de não se recandidatar “com a absoluta tranquilidade de saber que no Bloco de Esquerda há muitas pessoas com a capacidade e a força para assumir as funções”.
“Este é o momento para a coordenação do BE ser assumida por outra pessoa. Há muitas pessoas com toda a capacidade e a preparação”, reforçou Catarina Martins, considerando: “Esta renovação que desejo promover vai multiplicar a energia do Bloco de Esquerda”.
Catarina Martins também recusou adiantar qual será o seu futuro político. Quanto à possibilidade de manter funções nos órgãos nacionais do BE ou continuar a ter participação política, afirmou: “Eu garanto que não vou andar por aí, estou aqui e é aqui que vou estar”.
Já em relação ao mandato como deputada, a coordenadora nacional do BE declarou apenas: “Não é uma questão. Tenho o meu mandato estou a assumi-lo”.
Em relação ao período de 10 anos em que assumiu a liderança do Bloco de Esquerda, inicialmente ao lado de João Semedo, Catarina Martins falou em derrotas e vitórias. Mas enalteceu sobretudo o facto de o partido ter conseguido “colocar a direita fora do poder”, forçando António Costa a assumir por escrito políticas governativas e criando, assim, a Geringonça.
“A Geringonça foi o princípio do respeito”, considera Catarina Martins, vincando o facto de ter sido possível “avançar nas primeiras trincheiras do combate à precariedade”.
Porém, segundo Catarina Martins, a maioria absoluta do PS trouxe “a instabilidade”. E mais. “Um sistema de apadrinhamento, de favores e de autoritarismo”, em que se estão a “reverter algumas das medidas da Geringonça”.
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