Presidente do Haiti assassinado em casa

Jovenel Moïse, presidente do Haiti, foi assassinado em casa durante a noite passada.
O chefe de Estado do Haiti foi baleado mortalmente em casa, anunciou, esta quarta-feira, o primeiro-ministro cessante do país, Claude Joseph. O ataque, que aconteceu ao início da madrugada, deixou ainda ferida a primeira-dama.
“Por volta de uma hora, na noite de terça-feira, dia 6 de julho, para quarta-feira, dia 7, um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do Presidente da República e feriu fatalmente o chefe de Estado”, anunciou o primeiro-ministro em comunicado. “Condenando este ato odioso, desumano e bárbaro”, o chefe de Governo apelou à calma da população, garantindo que “a situação de segurança do país” está “sob controlo”.
Vindo do mundo dos negócios, Jovenel Moïse, 53 anos, foi eleito presidente em 2016, tendo assumido o cargo a 7 de fevereiro de 2017. Acusado de inação perante a grave crise no país e enfrentando grande desconfiança da sociedade civil, Moïse tinha nomeado, na segunda-feira, para o cargo de primeiro-ministro, o médico Ariel Henry, que sucederá a Claude Joseph, nem sequer há três meses no cargo.
Na sequência do assassinato, a República Dominicana encerrou a fronteira com o Haiti e ordenou o reforço da vigilância nas quatro passagens fronteiriças oficiais. Do lado norte-americano, a Casa Branca disponibilizou o apoio dos Estados Unidos “para ajudarem de qualquer forma o povo e o Governo haitianos, caso haja uma investigação”.
País mais pobre da América
Apesar da mensagem tranquilizadora do ainda chefe de Governo, o Haiti, o país mais pobre do continente americano, que ainda tenta curar as feridas deixadas pelo devastador terramoto de 2010 e pelo furacão Matthew em 2016, soma problemas económicos, políticos, sociais e de insegurança, proliferando raptos para a obtenção de resgates perpetrados por gangues que quase sempre ficam impunes.
A inflação tem aumentado e os alimentos e combustível escasseiam no país, onde vivem mais de 11 milhões de habitantes, 60% dos quais ganha menos de dois dólares (1,69 euros) por dia.
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