Bolieiro quer unir o PSD/Açores
O candidato à liderança do PSD/ Açores José Manuel Bolieiro comprometeu-se a unir e a credibilizar o partido, alegando que os Açores necessitam de um novo ciclo e de uma “autonomia de responsabilização”.
Na apresentação da sua moção de estratégia global, que tem precisamente “Confiança” como tema, Bolieiro, diz querer “recuperar a confiança na política, confiança no bom funcionamento da democracia, na alternância democrática e nas oportunidades de desenvolvimento”.
Recorde-se que o Conselho Regional do PSD/Açores marcou no fim de Outubro eleições internas no partido para 14 de Dezembro e um congresso regional para 17, 18 e 19 de Janeiro.
Assim os social democratas têm até amanhã para apresentarem candidaturas à liderança do partido, mas por enquanto é conhecida apenas a candidatura do actual Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada.
Dividida em três pontos – “Uma cultura de político e de política”, “Nova cultura de autonomia e de Governo” e “Servir a democracia” -, a moção de José Manuel Bolieiro defende uma “verdadeira aposta no desenvolvimento de uma democracia de cidadania, cada vez mais plural e participada” e a inauguração de uma “autonomia de responsabilização”.
“Não há assuntos só da Região ou assuntos só do Estado, quando o que interessa é o desenvolvimento dos Açores. A autonomia tem de ter sempre uma palavra a dizer. A opção tem de ser a da corresponsabilização”, salientou o candidato.
Em Angra do Heroísmo, acompanhado pelo histórico social democrata José Guilherme Reis Leite, mas também por uma militante mais nova, um representante dos empresários e um dos sindicatos, Boleiro disse querer um partido interclassista, “que una geografias e que reúna gerações”.
“Para mim, o PSD/Açores tem uma sede, mas esta sede não são quatro paredes, são os Açores”, frisou.
Entre as propostas defendidas por José Manuel Bolieiro está a dotação de “condições inequívocas de operacionalidade” ao Conselho Económico e Social dos Açores, que deverá ter “uma estrutura profissional” e a “gestão o Serviço Regional de Estatística”.
“É indispensável uma estatística regional cada vez mais detalhada, abrangente e independente”, apontou. O candidato à liderança do PSD/ Açores defendeu ainda o reforço da sustentabilidade e da liberdade da comunicação social privada e pública. “Propomos triplicar os actuais valores de apoios regionais aos jornais e às rádios, mas com critérios de legalidade objectivos e escrutináveis, sem controlo do Governo e sob atribuição do parlamento”, avançou, acrescentando que “importa articular e partilhar entre a região e a República a responsabilidade pelo reforço de meios para a RTP/Açores e para a agência Lusa”, de modo a que seja salvaguardada a sua independência.
A cooperação estratégica com municípios e freguesias é outra das apostas de José Manuel Bolieiro, que pretende definir previamente em cada Orçamento da Região a dotação de meios financeiros de investimento para cada município e freguesia, “baseados em critérios objectivos e equitativos, transparentes e escrutináveis”.
“Mais do que criar novos cargos políticos e de Governo, importa potenciar o que já existe e funciona com a inequívoca legitimidade democrática e com capacidade já instalada de acção”, adiantou, sublinhando que, “apostar no poder local, é ganhar coesão social e territorial para derrotar a desigualdade e o despovoamento”.
A um ano das eleições legislativas regionais nos Açores, o candidato à liderança do PSD não se comprometeu com um resultado.
“O povo dirá. É óbvio que para o desenvolvimento de um trabalho mais planificado, mais presente, mais tempo é melhor do que menos tempo, mas nós trataremos de tudo fazer para que mais do que a quantidade e o calendário conte a qualidade da comunicação, a qualidade da afirmação dos valores e das causas e da postura política que queremos emprestar à democracia autonómica dos Açores, ao debate político e à relação com a cidadania, com a comunicação social e com as instituições que fazem a democracia e a Autonomia dos Açores”, disse.
Questionado sobre a sua permanência na Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro admitiu que a liderança da autarquia não será compatível com a liderança do partido, mas não avançou com uma data para suspender o mandato.
Diário dos Açores
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