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Mais de 100 migrantes podem ter perdido a vida no naufrágio ao largo de Itália

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TOPSHOT – A member of the cynophile police and his dog patrol the beach on February 26, 2023 in Steccato di Cutro, south of Crotone, where debris of a shipwreck were washed ashore after a migrants’ boat sank off Italy’s southern Calabria region. – 59 migrants, including a tiny baby, died after their overloaded boat sank early on February 26, 2023 in stormy seas off Italy’s southern Calabria region, Italian media and rescue services reported. (Photo by Alessandro SERRANO / AFP)

 

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que o número de vítimas mortais no naufrágio de domingo na costa da Calábria (sul da Itália) seja cerca de uma centena.

“Entre os corpos recuperados e os desaparecidos, há uma centena de mortos, um número enorme”, disse o porta-voz da OIM em Itália, Flavio di Giacomo, explicando que segundo os depoimentos dos sobreviventes, 180 pessoas viajavam no barco.

Os números até agora conhecidos apontam para 82 sobreviventes localizados e 62 corpos recuperados, entre as vítimas do naufrágio que ocorreu no domingo na costa da Calábria.

“Isso significa que cerca de uma centena de pessoas perdeu a vida, embora nunca saibamos o número exato”, admitiu o porta-voz.

Entre as vítimas encontram-se muitas crianças, incluindo um recém-nascido, e mulheres, segundo relatos dos socorristas.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou, num comunicado, o seu “profundo pesar” pela tragédia e disse que era “criminoso colocar um barco de 20 metros com 200 pessoas a bordo e uma previsão de mau tempo” no mar.

Di Giacomo revelou que o número de vítimas este ano “já era alto”, pois até 24 de fevereiro e antes desta tragédia, no Mediterrâneo Central, a OIM tinha calculado 182 mortos.

Em todo o ano de 2022, o número de vítimas mortais subiu para 1.417, enquanto desde 2014, “quando a nossa unidade de vigilância começou a fazer este triste cálculo, tinha havido 20.500 mortos, número que aumenta para 25.000 se calcularmos todo o Mediterrâneo”, estima a organização.

“A rota central do Mediterrâneo, as águas em redor da Itália e da Líbia, é a mais perigosa do mundo”, concluiu Di Giacomo.

No caso da “rota turca”, como a que era seguida pela embarcação que naufragou perto de Crotone (Calábria), e que tinha deixado a Turquia quatro dias antes, a chegada de migrantes é considerada relativamente pouco intensa.

“Mas a visão eurocêntrica faz-nos pensar que há uma emergência numérica de refugiados na Itália, quando não é assim. Trata-se de um número residual. Os movimentos permanecem na África e na Ásia, e metade dos que chegam são de nacionalidade afegã, devido à crise desencadeada em agosto de 2021 naquele país”, explicou Di Giacomo, referindo-se à chegada ao poder do regime talibã de Cabul.

“Enquanto a nossa visão for securitária e não humanitária, tragédias como a de ontem continuarão a ocorrer”, defendeu o porta-voz da OIM.

“Apelamos a todos os governos para que deem prioridade ao socorro no mar, que neste momento é totalmente insuficiente”, acrescentou Di Giacomo, assegurando que há estudos que mostram que não existe um único fator que incentive as deslocações pelo mar dos migrantes.

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