Saúde & Bem-estar

Alergia ou intolerância?

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No final de 2022, Jess Prinsloo, uma jovem de apenas 24 anos, morreu depois de usar uma colher suja de leite para misturar chá – a fatalidade aconteceu enquanto Jess e o seu noivo visitavam a sua mãe em Joanesburgo, na África do Sul. A jovem tinha alergia à proteína do leite, tendo sofrido uma reação grave: a sua garganta fechou depois dela tomar o chá. Jess ainda foi hospitalizada mas não resistiu e acabou por falecer no dia seguinte.

Tendo sido diagnosticada com esta alergia com apenas nove meses de idade, Jess trazia sempre consigo duas injeções de um medicamento que deveria ser usado em caso de urgência e de reações alérgicas graves – no entanto, e segundo o seu noivo, Craig McKinnon, adiantou à imprensa, naquela ocasião o medicamento revelou-se inútil, não tendo surtido qualquer efeito. Craig contou ainda que Jess já havia sido submetida a uma reanimação cardiorrespiratória com 18 anos, após comer um prato indiano que continha leite.
Infelizmente o caso de Jess não é único, e existem no mundo milhares (ou quem sabe até milhões) de pessoas com alergias não diagnosticadas.

No entanto, existe também algum desconhecimento ou confusão em relação à diferença entre alergia e intolerância. Vamos então perceber o que as distingue.

A INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Por definição, a lactose é um hidrato de carbono presente naturalmente no leite e que tem como função fornecer energia ao nosso organismo. No entanto, algumas pessoas possuem uma certa dificuldade em digeri-la e outras não a conseguem digerir de todo – sofrem, portanto, de intolerância à lactose. Esta condição justifica-se pela ausência ou deficiência de lactase no organismo da pessoa – uma enzima que se encarrega de dividir a lactose nos seus dois componentes (glicose e galactose), o que possibilita que o nosso organismo faça a digestão e aproveitamento deste nutriente. De forma simples, podemos definir a lactose como o açúcar naturalmente presente no leite. Ainda que se desconheça o número de pessoas com intolerância à lactose, estima-se que a mesma afete 65% da população mundial. Vale lembrar que a intolerância pode nascer connosco ou aparecer ao longo da nossa vida.

A boa notícia é que atualmente já existem diversas alternativas ao leite que podem ser consumidas por estas pessoas: as bebidas vegetais (de arroz, aveia, soja ou coco, por exemplo) são um dos exemplos, embora não sejam equivalentes na sua composição nutricional. É importante, por isso, dar preferência a bebidas que sejam enriquecidas em certas vitaminas e minerais.

Para além disso, está aconselhado o consumo de alguns alimentos ricos em cálcio:

  • Vegetais de folha verde escura, tais como o agrião, couves e grelos,
  • Leguminosas como o feijão, o grão e a soja
  • Frutos oleaginosos como a amêndoa e avelã
  • Sementes (chia, linhaça, papoila e sésamo)
  • Peixe (por exemplo a sardinha)

O MITO

Com certeza já ouviram dizer que “os adultos não precisam de beber leite” – ora isso não é totalmente verdade. É que os produtos lácteos, especialmente importantes durante a infância, possuem uma grande riqueza nutricional. Para além disso há também que ter em conta que a lactose promove a absorção de cálcio e fósforo pelo organismo.

Na realidade, deixar de consumir laticínios pode mesmo ter consequências negativas para a nossa saúde: a regulação da pressão arterial, prevenção de hipertensão, desenvolvimento da massa óssea, redução do risco de osteoporose, controlo de peso e redução da massa gorda são apenas alguns dos benefícios do seu consumo.

OS SINTOMAS

Voltando à intolerância: os sintomas de alguém que não toleram a lactose passam sobretudo por desconforto intestinal, que pode ser acompanhado de dores de estômago, cólicas, inchaço abdominal, náuseas, diarreia e/ou gases.

A ALERGIA

Enquanto que a intolerância pode, para muitas pessoas, ser “tolerável”, o mesmo não acontece com a alergia.
Neste caso existe uma resposta imunológica contrária às proteínas do leite (o corpo vê, erroneamente, as mesmas como sendo perigosas), o que pode resultar em reações graves, entre elas:

  • Urticária
  • Asma
  • Chiado no peito
  • Sangue nas fezes
  • Vómitos
  • Inchaço da boca, garganta, língua e outras partes do corpo
  • Dificuldade respiratória
  • Reações anafiláticas (uma reação alérgica intensa e que pode ser fatal)

Leite, ovos, frutos secos, peixe, crustáceos, marisco, trigo, soja e sésamo são as alergias alimentares mais comuns e podem, também elas, surgir em qualquer idade. O diagnóstico de alergia deve sempre ser feito por um médico especialista.

Inês Barbosa/MS

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