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Sofia Alves: Uma atriz, uma camélia, o teatro

 

Sofia Alves, a conhecida atriz do teatro ,televisão e das novelas, anda a encantar o público com a sua peça ‘Amigos com Benefícios’, mas também para deixar uma marca verde. Minutos antes de subir ao palco, Sofia Alves plantou uma camélia no jardim do local, simbolizando não apenas seu compromisso com a arte, mas também com a preservação ambiental.

Sob a direção de Celso Neto, esta comédia familiar promete entretenimento de qualidade, enquanto aborda questões contemporâneas que nos convidam à reflexão. Um espetáculo que, esgota todas as salas de espetáculos, prova que o teatro continua a ser uma poderosa ferramenta de diálogo e transformação social.”

Olá Sofia, bem-vinda.
Maravilha total. Eu estou contente. Estar aqui é uma experiência maravilhosa e vocês são incríveis. Obrigado, obrigado.

O povo diz que normalmente as pessoas têm que escrever um livro, fazer um filho e plantar uma árvore, não é?
Já tenho muitas, mas como esta iniciativa tão ternurenta é a primeira vez. Para já, porque uma árvore é um amigo. É até uma música muito boa que eu canto desde pequenina, que é uma obra única. Uma árvore é uma amiga que devemos bem tratar tão bem como a amizade que devemos cultivar, que é isso mesmo que vou tentar obter aqui. Uma árvore é uma amiga que eu vou ter aqui em Penacova. Vou ter que passar aqui muitas vezes. Eu acho que é um gesto incrível, ternurento e é uma mensagem muito importante, disseram-me que aqui já plantaram há pouco tempo, numa iniciativa, 3000 árvores, creio eu. Penacova tem 13.000 habitantes.
Se forem 13.000 árvores, é maravilhoso para o ecossistema e para o planeta. É uma grande iniciativa do município. É um orgulho ter uma cameleira, porque é das árvores que mais gosto. Eu moro aqui perto, em Viseu e vou ter que passar aqui para cuidar da árvore. Eu passo aqui constantemente, portanto vai ser uma paragem obrigatória para fotografar, para cuidar dela e para dar este bom exemplo.

O que é que tem feito nos últimos tempos a nível artístico?
Eu tenho feito muito trabalho e felizmente tenho estado com esta grande digressão deste espetáculo que nós hoje vamos ter aqui, que são “Os amigos com benefícios”. É uma comédia genial que tem andado por todo o país. Estamos numa grande digressão e vamos continuar pelo menos até fevereiro do ano que vem.
Em simultâneo, estou com uma novela que vai estrear brevemente, também com paisagens incríveis.Começámos lá em cima, em Boticas, junto ao Gerês. E é uma forma de elevarmos a nossa mensagem, a nossa língua, a nossa cultura, aos portugueses que não podem muitas vezes visitar e que pelo menos assim, sentadinhos no sofá, conseguem fazer uma boa viagem e matar saudades.

Acha que a Lorena da peça ia gostar de camélias?
Eu tenho a certeza que sim. Mas qual é a mulher que não gosta de camélias? Já fiz A Dama das Camélias também com o Rui de Carvalho. E eu tenho uma paixão. Eu tenho umas grandes cameleiras com 60 e tal anos e são o amor da minha vida. Quem é esta Lorena?! Esta Lorena é uma pastora de uma igreja muito conservadora, que é a líder e tem sobre o filho um ascendente enorme, porque ele é filho único.
Ela controla completamente, mas desconhece que ele é gay. E de repente, quando ela sabe e descobre que tem um filho gay, ela vai ter que dar a volta ao seu mundo e tudo aquilo em que ela acreditou fica posto em causa. Ela vai ter que se adaptar como uma boa mãe e vai ser obrigada a refletir e a fazer uma viragem da situação. É uma comédia genial, muito divertida, onde nós vamos falar sobre a sexualidade. Nós fomos falar sobre a relação familiar de pais e filhos e vamos falar de sexualidade também, mas de uma forma muito respeitosa sobre as diferenças e sobre as igualdades. E eu acho que é muito importante, porque a rir passamos mensagens muito importantes.

Fala em rir. Como é que vê o papel desta comédia num contexto que aborda estas questões tão, tão sociais e tão sérias? Não devia ser um não assunto?
Exatamente. A nossa diferença é a nossa liberdade. Acho que devia ser um não assunto, mas às vezes é preciso também levar o despertar da consciência, sobretudo através das artes e do teatro. Portanto, eu acho que esta peça é uma comédia extremamente inteligente, com um tema muito atual. E é necessário porque nós temos de passar uma mensagem e, acima de tudo, como atores e como figuras públicas, temos sempre que deixar essas mensagens naquilo que acreditamos também.

E como é que acha que o público tem reagido a esta peça?
Tem sido incrível! Vocês não imaginam. Casas esgotadas, muitas gargalhadas. Andamos de norte a sul do país com esta digressão e é muito bom. As pessoas saem felizes, saem leves e às vezes é bem melhor do que tomar um Xanax ou um comprimido, acredita? Faz muito bem.

Tem uma larga experiência na televisão, no teatro, telenovelas e essa experiência ajudou a ter este papel um bocadinho mais diferente…mais cómico?
Eu já fiz muita comédia na televisão também. Em teatro também. Eu gosto muito de fazer comédia, mas também gosto de fazer drama. Acho que um ator gosta de experimentar todos os géneros. Na comédia, dá muito mais trabalho, é muito mais difícil, mas ao mesmo tempo é sempre um desafio. Eu adoro. É um humor inteligente, porque o tipo de mensagem que nós gostamos de passar é sempre para que o público venha e retenha alguma coisa. É importante deixar sempre essa mensagem e isso tem acontecido nos vários espetáculos.

E qual é a maior lição que se aprende ao longo desta peça?
Isso vocês vão ter que ver, porque eu não vou já desvendar.
Perde a graça. Digamos que ela é bem acima das suas convicções, acima de tudo, da política e da religião. Do lado mãe, do lado aceitar e do lado de acolher.

A peça pode ajudar a mudar opiniões?
Sem dúvida nenhuma. E aliás, temos tido essa experiência. As pessoas saem e dizem: “Olha, é engraçado como eu vou daqui com outra perspetiva.”
Acho que é isso é a função das artes. E tanto eu como o Diogo Lopes como o Filipe Matos sentimos isso. Há pessoas que vêm ver de novo a peça. Já a viram 6 e 7 vezes este espetáculo e tornam a ver,. Trazem os amigos e os pais a família, porque é realmente importante o papel do teatro na sociedade moderna, a ajuda a lidar com essas questões contemporâneas. Sem dúvida nenhuma, esta é a função das artes, senão não fazia sentido. Eu acho que nós temos que passar estas mensagens precisamente através do teatro, e é isso que eu também quero fazer.

O que a Sofia pode dizer às pessoas que estão a pensar em ver esta peça?
Venham ver porque vão se divertir imenso. Isto é um espetáculo que vai agradar a todos dos oito aos 80. É muito atual, é uma peça moderna, é uma peça inteligente e é um momento muito bem passado. Venham daí, porque teatro é cultura.

Uma mensagem para os portugueses que a seguem no Canadá.
Eu quero muito ir ao Canadá. Se houver alguém que toca guitarra portuguesa, eu tenho todo o gosto em levar poesia dos nossos poetas, grandes poetas portugueses.Quem sabe podemos fazer um projeto magnífico. Que possamos fazer um intercâmbio de sucesso, trabalhar em conjunto, porque isto é maravilhoso. E quando isto acontece eu costumo dizer que vale a pena. Este contacto humano é a nossa língua, a nossa gente, a nossa cultura.
Nós somos muito grandes, somos os maiores. Adoro Portugal e eu tenho a certeza que vocês desse lado, que acompanham o nosso trabalho e que torcem sempre por nós, têm um carinho também muito grande. Tenho a certeza que iria ser um momento incrível.

Obrigado por esta grande conversa. E não se esqueça de vir aqui cuidar da sua camélia, porque uma árvore é um amigo.
Como eu já disse, eu tenho aqui uma grande amiga e virei aqui muitas vezes…fica a caminho de casa. Obrigada, Obrigada por tanto amor.

Paulo Perdiz

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