Ambiente

Minha Amora Negra – Meu Amor Silvestre

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Créditos: DR.

As amoras silvestres são uma das memórias mais presentes das juventudes vividas em Portugal.

Os aromas quentes do verão invadem os sentidos de quem na beira de um qualquer caminho lusitano, colher e comer este fruto silvestre, de nome científico Rubus fruticosus. 

Os arbustos popularmente conhecidos por “silvas” são da grande família Rosaceae, florescendo entre junho e agosto. Esta planta trepadora com bastantes espinhos, apenas apresenta flor ao fim de 2 anos de vida. Sendo uma espécie tipicamente mediterrânica, está presente em todo o território português, tendo sido também introduzida nos arquipélagos dos Açores e da Madeira., Atualmente é abundante na Europa Ocidental e no Norte de África, tendo sido no entanto introduzida um pouco por todo o mundo, existindo uma variedade imensa de subespécies.

Aquilo a que chamamos fruto (a amora), na realidade é uma agregação de vários pequenos frutos, ou seja fruto poliaquénio. Além de ser agradavelmente adocicada e aromaticamente silvestre para ser degustada como fruta, é também usada para compotas, doces, sobremesas, licores e até para produzir vinho.

As amoras são frutos ricos em sais minerais e vitaminas (A,B,C, E, e K), com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, são ricas em ferro, magnésio e potássio, ácidos orgânicos e açúcares. Apesar de normalmente os silvados não serem muito apreciados, por popularmente serem considerados infestantes, e pela dificuldade de lidarmos com os seus espinhos, oferecem-nos, no entanto, os seus fantásticos frutos, que medicinalmente, devido ao seu elevado poder antioxidante, são usados no combate ao cancro e outras doenças. Para além do seu poder nutritivo e potencialidade medicinal, tem propriedades anti-inflamatórias e reforça o sistema imunitário.

A planta maldita para muitos, é afinal um manancial para a saúde humana e para a culinária. A natureza oferece-nos uma variedade enorme de benefícios, mesmo parecendo, por vezes, agreste.

Aproveitemos os aromas, revivamos os dias lentos e amenos da nossa juventude, do aparente silêncio da sinfonia dos montes e vales das nossas memórias, dos caminhos vazios de tecnologia mas cheios de frutos, cheiros e conforto natural, de fusão com a natureza e connosco próprios, saboreemos os doces e respiremos o ar limpo da nossa Terra.

Enquanto comemos umas amoras cantemos aquela velhinha música: “Minha amora negra, minha flor silvestre, toda a gente soube que um beijo me deste…”

Paulo Gil Cardoso/MS

Leia as outras crónicas de Paulo Gil Cardoso, aqui.

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