Portugal

Uma centena de voluntários para testar vacina portuguesa

A Immunethep, a empresa portuguesa de biotecnologia que está a desenvolver uma vacina contra a covid, já recebeu “mais de uma centena de manifestações de interesse de pessoas que querem participar nos ensaios clínicos, incluindo vários profissionais de saúde”, disse, ao JN, Pedro Madureira, um dos fundadores.

Os ensaios não clínicos, em ratinhos, terminaram em julho e, desde então, a empresa, com instalações em Cantanhede, está “parada” a aguardar financiamento para poder prosseguir para a próxima etapa, tal como o JN noticiou.

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Cantanhede, 21/11/2020 – Laboratório da Immunethep, em Cantanhede, está a estudar vacina covid.
Pedro Madureira e Bruno Santos.
(Maria João Gala /Global Imagens)

 

A próxima etapa serão os ensaios clínicos, que irão decorrer em várias fases, a última das quais no estrangeiro. Nas fases um e dois, pretende-se “despistar toxicidade” e perceber “se a vacina é imunogénica, ou seja, se leva à ativação do sistema imune”, especificou Pedro Madureira. Para isso, serão necessárias cerca de 200 pessoas em Portugal. Não deverá ser difícil encontrar quem queira participar, já que, mesmo sem pedirem voluntários, mais de uma centena manifestou espontaneamente vontade.

A terceira fase, para mostrar a eficácia, não poderá ser realizada em Portugal, porque “a taxa de vacinação é muito elevada e, felizmente, já não há propriamente grupos de risco que não estão vacinados”, revelou o responsável. Para esta derradeira fase, é precisa uma população de “duas mil a três mil pessoas”.

Parceiros estrangeiros

A empresa já encontrou parceiros interessados, nomeadamente na África do Sul e alguns países da América Latina. “Já temos acordos com empresas que trabalham nesses países, em que será perfeitamente possível [testar a vacina]. Temos tido alguns contactos desses países a insistirem para fazermos lá, porque realmente precisam de vacinas”, concretizou Pedro Madureira.

A Immunethep já se candidatou aos fundos do Portugal 2020 e do Plano de Recuperação e Resiliência, mas os resultados ainda não saíram. O JN questionou o Ministério do Planeamento, que gere aqueles programas, para saber se este seria um projeto prioritário para receber verbas europeias, mas não obteve resposta em tempo útil.

A empresa diz que, depois de obter financiamento, ainda serão necessários “12 a 14 meses” para completar os ensaios clínicos.

JN/MS

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