Lazarim cada vez mais pequena para acolher tanta gente no Entrudo

A tarde foi de primavera em Lazarim e atraiu milhares de pessoas a esta vila do concelho de Lamego, que celebra um Entrudo genuíno com as máscaras de madeira feitas a partir de trocos de amieiro.

A esmagadora maioria foi para ver, fazer fotografias e ouvir as quadras picantes trocadas na leitura dos testamentos entre as figuras do compadre e da comadre. A seguir os dois bonecos que os representam foram a rebentar e a festa terminou com feijoada e caldo de farinha confecionados em potes de ferro.

Há também negócio que se faz à volta das máscaras feitas de pau de amieiro. Há artesãos que as vendem. Os preços dos diabos, senhorinhas, reis e outras figuras demoníacas podem rondar entre os 100 e os 1200 euros, segundo Jéssica Pereira, filha de Manuel Pereira, artesão que este ano levou à rua três caretas novas. “São os turistas estrangeiros quem leva as mais caras”, assegura.

Nuno Loureiro fez este ano duas máscaras para as sobrinhas, de oito e 12 anos, levarem à rua neste Entrudo. No seu caso não vende. Gosta de as guardar ou de as oferecer a quem ele entende que “as vai guardar com carinho e ajudar a divulgar uma tradição que não se pode perder”.

É na terça-feira de Entrudo que saem à rua as novas criações. Ultimamente, têm sido várias dezenas de novidades que convivem com as mais velhas, algumas já com vários anos e que já são habituais nos milhares de retratos feitos neste dia.

O presidente da Junta de Freguesia, Paulo Loureiro, fez tudo para que este ano corresse ainda melhor que em 2023 e o Entrudo de Lazarim pudesse chegar “aos 30 mil visitantes”. No entanto, o fim de semana chuvoso e frio não contribuiu, apesar da enchente desta terça-feira, com um mar de pessoas à frente dos caretos durante a leitura dos testamentos.

O Município de Lamego tem o objetivo de “inscrever o Entrudo de Lazarim na lista de Património Imaterial da Humanidade”.

JN/MS