Banco de Portugal quer obrigar empresas a aceitar um meio de pagamento eletrónico
O Banco de Portugal (BdP) quer obrigar as empresas a aceitarem, juntamente com o numerário, pelo menos um meio de pagamento eletrónico.
A medida, a concretizar-se através de uma alteração legislativa, consta da Estratégia Nacional para os Pagamentos a Retalho 2025, que esteve em consulta pública até 5 de julho e foi divulgada esta segunda-feira pelo regulador.
Dita estratégia, elaborada pelo Fórum para os Sistemas de Pagamentos (FSP) – uma estrutura consultiva do BdP, que reúne os principais intervenientes nacionais na oferta e na procura de serviços de pagamento de retalho -, assenta em quatro pilares: proximidade e transparência; inovação e eficiência; segurança e usabilidade; e resiliência e sustentabilidade.
No que respeita à segurança e usabilidade, a instituição liderada por Mário Centeno aponta que serão monitorizados os requisitos de autenticação forte do cliente e incentivado o alinhamento com os desenvolvimentos europeus em matéria de identidade digital.
A estratégia determina ainda o estudo do desenvolvimento de soluções de e-invoicing, nomeadamente nos pagamentos a ou de entidades públicas, assim como a avaliação “da eventual eliminação da obrigatoriedade de os bancos pagarem cheques até 150 euros nas situações de insuficiência de fundos na conta do sacador, imposta pelo decreto-lei n.º 454/91”.
Por último, o ponto da proximidade e transparência foca-se em ações destinadas a aumentar o conhecimento público sobre soluções de pagamentos e iniciativas inovadoras neste contexto, como as transferências imediatas e o euro digital, prevendo ainda a realização de ações de esclarecimento sobre as tendências de fraude e de burla e sobre comportamentos de segurança nas operações de pagamento.
O supervisor sublinha que, com a Estratégia Nacional para os Pagamentos a Retalho 2025, “o FSP visa dar continuidade à anterior, concluída em 2022, mantendo o objetivo de desenvolver e modernizar o mercado de pagamentos de retalho português”.
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