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“Ainda bem que não fui”. Mário Ferreira tinha bilhete para o Titan

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Mário Ferreira tinha bilhete para ir no Titan com o explorador britânico Hamish Harding, mas mudou de ideias em abril.

O empresário português já teve duas oportunidades para embarcar no Titan e descobrir os destroços do Titanic, mas mudou de ideias em ambas as vezes. Chegou a ter bilhete comprado para a viagem, mas decidiu ficar por terra em abril.

Na conferência Glex Summit 2023, nos Açores, na passada sexta-feira, Mário Ferreira encontrou o explorador britânico Hamish Harding. O amigo convidou-o a juntar-se à viagem pelo Atlântico, em busca do navio naufragado, mas o empresário recusou a segunda oportunidade.

O submersível Titan encontra-se agora desaparecido no meio do Oceano Atlântico, e Hamish Harding é um dos cinco tripulantes. Dentro do submarino estão ainda Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions (empresa que organizou a viagem), Shahzada e Sulaiman Dawood, um dos homens mais ricos do Paquistão e o filho, e Paul-Henry Nargeolet, um ex-comandante da Marinha francesa.

A comunicação perdeu-se quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova e o submarino só tem oxigénio suficiente até quinta-feira de manhã.

Mário Ferreira, ciente da situação a que escapou, refere em declarações ao “Público” que “não têm sido dias simples”. O empresário conta que Harding o informou que o seu lugar “ainda estava livre” e que podia juntar-se.  “Eu não quis ir. Saber que deixei o meu lugar vazio numa coisa complicada como esta. Pensar que eu podia lá estar”, recorda.

“Um submersível destes não pode falhar”

O empresário admite estar com “muita apreensão” relativamente ao acidente. “Um submersível destes não pode falhar. Quando falha a 4000 metros, normalmente é fatal. Espera-se que algum milagre possa acontecer, mas infelizmente não se esperam grandes notícias”.

Mário Ferreira conheceu Hamish Harding através da empresa de Jeff Bezos. O português fez um voo turístico ao espaço, a bordo do foguetão New Shepard, em agosto de 2022. “Conhecemo-nos no grupo de astronautas da Blue Origin. E ele desafiou-me para uma missão ao Titanic”, relembra o empresário.

O submersível Titan chegou a ter um lugar reservado para Mário Ferreira durante dois meses, até que o português mudou de ideias. Em abril, informou um grupo de viajantes aventureiros, chamado “Most Travelled People”, que não podia ir procurar os destroços do Titanic. “Se alguém deste grupo tiver vontade, tenho um lugar marcado num mini-submarino para descer e ir ver o Titanic, eu não posso na data marcada. É em junho deste ano. Não é barato”, lia-se na mensagem partilhada no grupo.

Mário Ferreira não explica a mudança súbita de ideias: “Achei que não devia ir e não fui. Ainda bem que não fui…”, realça. O português já passou para lá da linha convencionada que define o início do espaço, a 106 quilómetros de altitude, mas não pretende descer ao nível do Titanic: “Tive pena [de não ir] e agora já não vou ver de certeza absoluta”.
Os restos do Titanic – que afundou após colidir com um icebergue, em 1912 – estão a uma profundidade de cerca de 3800 metros e a uma distância de aproximadamente 640 quilómetros a sul da ilha canadiana de Newfoundland.

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