Portugal

30% dos jovens não considera violência sexual um comportamento de agressão no namoro

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No dia dos namorados, o projeto da ART’THEMIS+UMAR revelou as respostas de um estudo feito a estudantes de todo o país. Mais de metade não considera o controlo do parceiro um comportamento violento e 30% afirma que a violência sexual não é violência no namoro.

São mais de seis mil respostas em que há resultados preocupantes. Foi apresentado o estudo nacional  sobre a violência no namoro, no Espaço Atmosfera M, no Porto, revelando que uma parte significativa, perto de um terço, legitima o recurso à violência no namoro. A investigação surge do projeto “Jovens Protagonistas na Prevenção e na Igualdade de Género”, da ART’THEMIS, projeto de investigação da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta).

Os resultados até têm vindo a melhorar, mas continuam a suscitar alguma preocupação. Dentro das respostas do inquérito, saltam à vista os 30% de estudantes dos ensinos básico e secundário que não assumem a violência sexual como um comportamento de ofensa numa relação amorosa. Nos atos de violência mais legitimados nesse indicador, pressionar para beijar está no topo da lista.

A violência física é o indicador com o menor número de legitimação, ainda assim são 10% os jovens que não identificam este comportamento dentro do espetro de ações tóxicas numa relação. Acreditam, nomeadamente, que empurrar ou esbofetear sem deixar marcas não é considerado violência no namoro.
Os aumentos não são significativos em relações a inquéritos anteriores, mas a maioria dos jovens continua a aceitar o controlo, nomeadamente a proibição de estar com outras pessoas e a invasão de privacidade, como não sendo um indicador de violência no namoro.

Por outro lado, a legitimação da violência através das redes sociais diminuiu, enquanto os casos reportados aumentaram. As redes sociais assumiram um papel muito importante na apresentação dos resultados, não só por estarem associadas a formas de violência mas por serem o principal meio de consumo de informação dos jovens.

Assim sendo, acresce a necessidade de adaptar a linguagem sobre os indicadores de violência no namoro, de forma a que os jovens retenham as informações corretas e fiquem devidamente atentos para os sinais de violência.

Durante a sessão, Mariana Pacheco, coordenadora do projeto, alertou para a possibilidade da “legitimação poder levar estes jovens a tornarem-se vítimas ou até agressores”.

Os inquéritos foram realizados presencialmente em janeiro de 2024, por todos os distritos do continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, de forma a ser mais abrangente. O estudo contou com as respostas de mais de seis mil jovens, do 7.º ao 12.º ano.

As respostas foram agrupadas em dois grupos: a legitimação da violência no namoro, – a não consideração dos indicadores apresentados como violência no namoro -, e a vitimação autoreportada – comportamentos já experienciados pelos inquiridos numa relação amorosa.

Segundo Liliana Rodrigues, presidente da UMAR, “quem tende a legitimar mais são os rapazes e a auto-reportar as raparigas”, reforçando os resultados do projeto, realizado anualmente desde 2017. Os indicadores de violência estudados são o controlo, violência psicológica, perseguição, violência através das redes sociais, violência sexual e violência física.

A sessão de apresentação contou com a presença de Liliana Rodrigues, presidente da UMAR, Sandra Ribeiro, presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, Margarida Pacheco, coordenadora do projeto, Margarida Maia, técnica do projeto, e Maria José Magalhães, coordenadora do estudo.

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