Augusto Bandeira

E assim as folhas da papoila caíram ao fim de 2162 dias, descansa em paz grito vermelho

Cada um deita-se na cama que faz.

Recordo-me como se fosse hoje da célebre canção com letra e música de Ermelinda Duarte: “uma papoila crescia, crescia, grito vermelho num campo qualquer” – era isso mesmo… vara de marmeleiro que nasce torta nunca mais endireita.

Cresceu uma geringonça formada sem nenhum dos seus “membros” ter ganhado eleições, contra a vontade dos eleitores, mas com a ganância do poder. Tipos que não merecem respeito nenhum, mas os portugueses têm memória muito curta e só uma percentagem muito pequena deita sentido à forma de governação que se fez nos últimos seis anos – pouco crescimento, promessas falhadas, areia aos olhos de todos. Mas houve sempre uma esmola para os de esquerda, eu chamo esquerda àqueles que exigem tirar vinho de onde outros nem água conseguem, e então acham que tudo vem muito fácil. Triste. Assim era aquando da sua presidência da académica de Coimbra, hoje continua da mesma forma, palavra da salvação, “eu não me demito” diz ele, isto é mesmo de rir. Há seis anos fez tudo para chegar ao poder, criou a geringonça que colocou Portugal na cauda da Europa, esqueceu-se que o enganar muitas vezes não dá certo e assim chegou ao fim. Durou 2162 dias. Agora foi o funeral, quer muitos queiram ou não a geringonça morreu. O primeiro-ministro fartou-se da esquerda à qual nunca deu muita atenção e, como viu o tapete a sair debaixo dos pés, ele próprio criou este cenário da não aprovação do orçamento. Ele foi o principal responsável pela não aprovação, cheirou-lhe a poder com mais força.

E assim as folhas da papoila-portugal-mileniostadium
Créditos: DR

Espero que os portugueses não se esqueçam que está na hora da mudança, chega de brincadeira. Um governo que apoia a corrupção – havia uma ninharia no orçamento para o combate à corrupção. O país precisa de uma governação a sério e não de meia dúzia de senhores a governarem-se. Sim, tenham calma, são todos iguais, por isso mesmo dar oportunidade a novos projetos e ver a capacidade de novas caras. Este esgotou, não tem condições, e ainda teve a lata de pedir uma maioria, deve ter aprendido com alguém deste lado que há pouco tempo julgava que ia ter uma maioria e, falhou. Neste momento o lugar de António Costa é ver outros a fazer o que ele não conseguiu. Admirado fiquei ao ouvir Santos Silva dizer que admite três cenários, que podem ser uma maioria PS, com ou sem PAN, (aqui o Santos Silva colocou o PAN como lambedor de botas), uma maioria de direita ou uma nova geringonça, isto dizia ele depois da não aprovação do orçamento e se houvesse eleições. Mas nova geringonça?… Tirem este filme de cena por favor, mas será que os portugueses estão todos a sofrer de Alzheimer? Santos Silva não falou em bloco central, eles tem um medo da direita, mas esquecem-se que se soubessem governar o orçamento podia ter sido aprovado com uma governação ao centro, mas o Costa disse tudo, nasceu esquerda, vive esquerda e vai morrer esquerda, por isso mesmo vamos atirar com ele para a esquerda.

Pode-se dizer que tudo isto foram as folhas da papoila que começaram a cair nas eleições autárquicas. Aí o crescimento que nunca existiu perdeu força e o primeiro-ministro fez tudo, com a ajuda da bazuca, mas nem assim conseguiu convencer ninguém. E a esquerda radical fartou-se de ser enganada, e com a apresentação do orçamento foi a quebra do cristal. Um orçamento com rubricas pobres e sem garantia de um crescimento de riqueza, reparem que não é por acaso que uma série de médicos se demitiram das suas funções devido à falta de condições de trabalho, isto é vergonhoso para o país.

Como é do conhecimento de todos, estava à vista que o BE e o PCP já vinham a dar a entender que deixava de ser sustentável suportar opções políticas que não eram as suas, se bem nos lembramos os discursos destes não tem nada a ver com o discurso do PS. Muito toleraram eles, mas o Costa trabalhou para que isto acontecesse, que ninguém ponha dúvidas, amigos, ele é o responsável máximo pela crise politica que se vive atualmente. Com esta novela política quem mais perde é o PCP e o BE e claro o PS e muito. A ganhar sai a direita que, com uma campanha bem feita e uma possível coligação PSD, CDS e IL, tem tudo para provar que conseguem fazer uma governação ao centro de direita e com qualidade. Falta saber se o tempo o vai permitir e se o entendimento será possível.

No fundo ninguém quer ou queria eleições antecipadas, desejavam que a legislatura fosse até ao fim. Agora depende do Presidente da República… ele no meio disto tudo sai a perder também, não é por acaso que tentou de tudo para salvar o orçamento, mas a geringonça virou-lhe as costas e ele vai sair com uma negativa com este cenário.

Por isso é que quando escolhemos um governo temos de ter atenção aos xicos espertos – de onde vêm?; o que fizeram na vida? – e tentar perceber bem as intenções dos mesmos.

Nas próximas eleições vá votar e vote para a mudança como assim disse o Presidente da República um dia. Eu concordo. Vamos votar para uma mudança.

Bom fim de semana.

Augusto Bandeira/MS

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