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Muçulmanos de todo o Mundo festejam fim do Ramadão com Gaza no pensamento

Muçulmanos de todo o Mundo festejam, esta quarta-feira, o Eid al-Fitr, que marca o fim do mês sagrado islâmico, embora as celebrações estejam a ser ofuscadas pelo agravamento da crise em Gaza e pela esperada ofensiva de Israel a Rafah.

Em Istambul, milhares de fiéis reuniram-se na Mesquita Aya Sofya para as orações matinais do Eid, com várias pessoas a empunhar bandeiras palestinianas e a entoar palavras de ordem de apoio à população de Gaza.

Numa mensagem, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sublinhou o apoio a Gaza, que classificou como uma “ferida sangrenta na consciência da humanidade”. “Espero que o Eid conduza à paz, tranquilidade e bem-estar do nosso país, da nossa nação, do mundo islâmico e de toda a humanidade”, acrescentou.

Na Indonésia, a nação muçulmana mais populosa do mundo, quase três quartos da população está a regressar a casa para festejar o Eid al-Fitr, num movimento conhecido naquele país como mudik e que é sempre vivido com grande entusiasmo. “O mudik não é apenas um ritual ou tradição anual para nós”, disse o funcionário público Ridho Alfian, que vive na região de Jacarta e está a caminho da província de Lampung, no extremo sul da ilha de Sumatra.

Antes do Eid al-Fitr, os mercados fervilharam, com pessoas a comprar roupas, sapatos, biscoitos e doces para a grande festa. Nesta altura, muitos saem das grandes cidades para regressar às aldeias onde nasceram e celebrar o momento com os seus entes queridos.

Os voos estão sobrelotados há vários dias e parentes ansiosos, carregados de caixas de presentes, formam longas filas nas estações de autocarros e comboios. A Grande Mesquita Istiqlal de Jacarta, a maior do sudeste asiático, foi inundada por devotos para as orações matinais. Nos seus sermões, os pregadores apelaram às pessoas para rezarem pelos muçulmanos de Gaza, que “estão em sofrimento após seis meses de guerra”.

“Este é o momento para muçulmanos e não-muçulmanos mostrarem solidariedade humanitária, porque o conflito em Gaza não é uma guerra religiosa, é um problema humanitário”, afirmou o presidente do Conselho de Mesquitas da Indonésia, Jimly Asshiddiqie.

No Paquistão, as autoridades mobilizaram mais de 100 mil agentes policiais e paramilitares para manter a segurança nas mesquitas e nos mercados. Embora os ataques durante o Eid sejam raros no Paquistão, as agências de informação interna alertaram o Ministério do Interior que os militantes poderiam usar o dia de festa para atingir civis, edifícios governamentais e militares, anunciaram as autoridades.

Já na Malásia, os muçulmanos fizeram as orações matinais depois de o primeiro-ministro, Anwar Ibrahim, apelar à unidade e à reconciliação, poucos dias depois de a população se ter dividido publicamente.

A divisão pôs em conflito uma fação da população muçulmana malaia que considerou um insulto a colocação à venda de umas meias com a palavra impressa Alá e outra que resolveu comprar quantidades inesperadas deste produto.

“Temos de ser firmes, resolutos e inabaláveis no nosso compromisso de promover valores e construir uma nação digna”, afirmou o primeiro-ministro malaio na habitual mensagem do Eid al-Fitr.

Já no Bahréin, o rei comemorou o final do Ramadão concedendo um perdão a 1600 pessoas condenadas por “crimes comuns” ou pela participação em distúrbios durante as manifestações pró-democracia que estalaram no país em 2011, no âmbito da Primavera Árabe .

Os perdões são, aliás, uma receita usada por vários países muçulmanos nesta data, como foi também o caso do Irão e de Marrocos.

No Irão, mais de dois mil presos foram amnistiados, enquanto o rei de Marrocos, Mohammed VI, anunciava um perdão real outros dois mil condenados.

A data serviu ainda para, no Afeganistão, o líder dos talibãs, mullah Hebatullah Ajundzada, fazer uma rara aparição pública, tendo ido rezar numa mesquita da província de Kandahar, no sul do país.

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