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EUA acusam fundador da plataforma de criptomoedas FTX de criar esquema fraudulento

O governo dos Estados Unidos acusou, esta terça-feira, o fundador da plataforma de criptomoedas FTX de vários crimes financeiros, alegando que Sam Bankman-Fried enganou intencionalmente clientes e investidores para seu benefício financeiro e de outros.

Os procuradores federais alegam que, a partir de 2019, Bankman-Fried elaborou “um esquema e artimanha para burlar” os clientes e investidores da FTX.

O fundador da FTX desviou ilegalmente o dinheiro destes para cobrir despesas, dívidas e negociações arriscadas no seu fundo, Alameda Research, e para fazer luxuosas compras de imóveis e grandes doações políticas, destacam os procuradores numa acusação de 13 páginas citada pela agência Associated Press (AP).

Bankman-Fried, de 30 anos, foi preso esta segunda-feira nas Bahamas a pedido do governo norte-americano, que o acusou de oito infrações criminais, desde fraude eletrónica a lavagem de dinheiro e conspiração para cometer fraude.

Caso seja condenado por todas as acusações, o fundador da FTX conhecido pelos entusiastas de criptomoedas como SBF pode ser condenado a décadas de prisão.

O procurador dos EUA, Damian Williams, considerou hoje este caso “uma das maiores fraudes da história americana”, assegurando que a investigação avança rapidamente e pedindo a qualquer pessoa que acredite ter sido vítima do alegado esquema a entrar em contacto com o seu gabinete.

Bankman-Fried caiu com força e velocidade desde o topo da indústria das criptomoedas que o próprio ajudou a galvanizar.

A FTX abriu falência em 11 de novembro, e mais tarde, no mesmo mês, a nova direção da empresa apareceu pela primeira vez no tribunal de falências do estado norte-americano de Delaware para iniciar o processo de reestruturação.

Os advogados da nova direção e o atual chefe, John Ray, afirmaram que “uma quantia substancial” dos ativos da empresa pode ter sido roubada ou estar desaparecida.

A nova direção alegou também que a empresa tinha “ausência total de controlos corporativos” e falta de “informação financeira fiável”.

A plataforma, que em tempos foi avaliada em 32 mil milhões de dólares (30 mil milhões de euros), pode ter mais de um milhão de credores em todo o mundo. Até ao momento, a empresa admitiu que deve mais de três mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) aos 50 maiores credores.

Antes desde cenário, SBF era considerado por muitos em Washington e Wall Street como um prodígio das moedas digitais, alguém que poderia ajudar a torná-las populares, em parte através de um trabalho com legisladores para trazer mais supervisão e confiança ao setor.

Bankman-Fried valia dezenas de milhões de dólares, pelo menos no papel, e conseguiu atrair celebridades como o jogador de futebol americano Tom Brady ou ex-políticos como Tony Blair e Bill Clinton para as suas conferências em resorts de luxo nas Bahamas.

A acusação criminal contra Bankman-Fried e outros elementos da FTX está no topo das acusações civis anunciadas hoje pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, em inglês).

Este órgão alega que Bankman-Fried defraudou os investidores e usou ilegalmente o seu dinheiro para comprar imóveis em seu nome e da sua família.

As autoridades norte-americanas destacaram que vão tentar recuperar qualquer um dos ganhos financeiros do Bankman-Fried com o alegado esquema.

Já um advogado de Bankman-Fried, Mark S. Cohen, explicou que está “a analisar as acusações com a sua equipa jurídica e a considerar todas as suas opções legais”.

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