O College of Carpenters and Allied Trades começou a fazer rastreios à covid-19 num contentor que foi adaptado para travar a transmissão do novo coronavírus. A solução é made in Ontário e promete criar segurança no trabalho durante a pandemia.
Mike Yorke, presidente do Carpenters District Council of Ontario, em declarações ao Milénio Stadium explicou que o projeto é muito ambicioso. “É espetacular porque é uma solução feita em Ontário para lidar com uma grande crise de saúde. O nosso sindicato decidiu envolver-se e assim fazemos com que os nossos alunos do College se sintam mais seguros e protegidos. Todos os dias fazemos o rastreio aos nossos alunos, instrutores e qualquer pessoa do público que queira visitar o nosso centro em Vaughan”, contou.
Em média cerca de 55 pessoas são testadas diariamente neste centro de rastreio à covid-19. Para além de medir a temperatura os membros são encorajados a preencher um formulário sobre despiste à Covid-19. Para já o centro está a ser utilizado para rastreio, mas Yorke admite ao nosso jornal a possibilidade de o centro ser adaptado para testes à covid-19 ou eventualmente uma vacina logo que esteja disponível. “Agora temos apenas uma janela aberta neste centro, mas podemos abrir mais, mas temos capacidade para fazer entre oito a 10 testes por hora em cada uma das janelas”, garantiu.
O presidente do Carpenters District Council of Ontario teceu elogios à capacidade empreendedora da província que conseguiu criar uma solução inovadora em tão pouco tempo e não tem dúvidas de que o sindicato provou o seu compromisso sindical para com os membros.
A empresa de arquitetos WZMH teve a ideia e a PCL Construction e a Microsoft decidiram entrar no projeto. O centro móvel de testes demora duas semanas a ser construído e pode ser adaptado a qualquer área de atividade. Zenon Radewych, da WZMH, reconheceu ao Milénio Stadium que “a solução minimiza sem dúvida o risco de transmissão” e avançou que a PCL e a Microsoft disponibilizaram-se desde o primeiro dia para colaborar. “Eu e o Carl Demarco da Camillion Corp. tivemos esta ideia durante a pandemia e a PCL fez logo dois centros para Ontário e dois para Alberta. Estamos em negociações com clientes no Chile e em África, mas podemos exportar para qualquer país do mundo. O centro pode ser adaptado a qualquer setor, desde escolas, universidades, minas, estádios, qualquer tipo de empresa”, referiu.
O centro móvel de testes trouxe segurança ao trabalho numa altura em que o país enfrenta a segunda vaga da pandemia e em que ainda não existe uma vacina no mercado. Horacio Leal, Business Manager da Carpenter’s Union Local 27, informou que os membros foram muito recetivos desde o primeiro dia de testes e disse que ficaram mais descansados com o novo modelo de rastreio porque têm receio pela sua família, inclusive os familiares mais idosos. “A vida tem de continuar e como é óbvio ninguém quer ser infetado no local de trabalho e colocar em perigo os seus familiares. Nós como sindicato temos o dever de protegê-los e este é um bom exemplo do esforço que fazemos pelos nossos membros”, adiantou.
Chiniqua Nelson quer ser um dia carpinteira, mas agora é a responsável pelo rastreio no centro móvel de testes que está localizado junto à entrada do College. “Na primeira semana foi um pouco mais difícil porque era algo novo a que não estávamos habituados, mas agora os membros já perceberam que faz parte da nossa nova rotina. A segurança sempre foi importante para nós: antes já usávamos capacetes de proteção, agora as máscaras e as luvas são obrigatórias para todos. Todos os dias de manhã verifico a temperatura de todos e depois tenho de certificar-me que todos preenchem um formulário sobre despiste de covid-19. Agora sinto-me muito mais segura no meu ambiente de trabalho, acho que o centro é uma excelente solução para todos”, contou.
O sindicato dos Carpenters tem entre cinco a seis mil membros de origem portuguesa.
Joana Leal/MS
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