Madeira

Câmara de Santana ameaça deixar de ser cliente da CGD

A Câmara Municipal de Santana (CMS) admite deixar de ser cliente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) caso esta entidade bancária concretize a anunciada retirada da única caixa multibanco nas freguesias mais pequenas daquele concelho. Tal como o DIÁRIO noticiou na edição desta terça-feira, a Junta de Freguesia da Ilha já havia sido notificada de que ainda este mês a CGD iria desactivar a única caixa automática (ATM) na recôndita freguesia. Sabe-se agora que a mesma intenção foi também comunicada à Junta de Freguesia de São Roque do Faial, que corre o mesmo risco de ficar sem a única caixa multibanco existente na localidade.

Ora, quem também não gostou de saber destas medidas impostas pelo maior banco nacional detido pelo Estado português foi o novo presidente da autarquia nortenha.

“A câmara municipal pondera mudar de banco se a pretensão meramente economicista da CGD de retirar estas duas caixas multibanco for adiante” assegurou Dinarte Fernandes.

Ao DIÁRIO o autarca disse estar determinado em mudar de entidade bancária caso se concretize a retirada do serviço público prestado pela CGD, instituição de Utilidade Pública.

“Se isto for para a frente de se acabar com as caixas multibanco na Ilha e em São Roque do Faial estamos a ponderar muito seriamente também mudar de banco nos serviços que são prestados à Câmara”, avisou.

Garante que o assunto foi devidamente ponderado pelos responsáveis pelo Município, razão pela qual a decisão está praticamente tomada.

“Como cliente da CGD, nesta fase ponderamos mudar para outra instituição bancária com balcão no Concelho, caso venha mesmo a ser retiradas as caixas multibanco na Ilha e em São Roque do Faial”, reforçou.

Dinarte admite que as duas ATMs possam não ter os movimentos desejados pela entidade bancária, mas ainda assim tenta pressionar a CGD a voltar atrás.

“A câmara municipal reconhece que todas as instituições sejam elas públicas ou privadas têm que fazer contas à vida, nós câmara não somos excepção. Temos de priorizar e, por vezes, sacrificar determinados investimentos em prol de outros que consideramos mais urgentes, no entanto, entendemos que não pode valer tudo. Nomeadamente, não pode uma instituição pública, gerida com capitais do Estado, dos contribuintes, olhar para uma caixa multibanco em freguesias isoladas, distantes dos centros urbanos, como um mero negócio. As pessoas destas freguesias precisam destes equipamentos. São os correios que lhes retiraram, são os balcões de bancos que encerram, são as merecerias que fecharam, são a Internet que não possuem, são os poucos transportes públicos para se deslocarem até aos centros urbanos, são isto tudo, reunidos num cartão multibanco. Cartão esse que as pessoas precisam para pagar, água, luz, telefone, efectuarem transacções, transferências, pagamentos de outros serviços, às vezes até, para efectuarem pagamentos ao próprio Estado”, lembra.

“Não se esqueçam os gestores da CGD que muitos dos depósitos no seu banco são de emigrantes destas freguesias, fruto do seu trabalho, têm por vezes poupanças que envergonham muitos “senhores da cidade”. Estes também não ficarão contentes quando cá vierem de férias e encontrarem o lugar das respectivas caixas multibanco vazios”, acrescenta.

Determinado, o jovem autarca considera ainda que “olhar para as pessoas das freguesias da Ilha ou de São Roque de forma desigual só porque são em menor número do que as freguesias maiores é, da parte de um banco de fundos públicos uma desconsideração que roça os direitos e garantias consagradas na nossa Constituição da República.

“A câmara está solidária com estas populações, com os seus actuais e ex-presidentes de junta que muito batalharam para que elas fossem instaladas, e pondera seriamente mudar de banco se estas medidas forem para a frente”, reitera.

DN Madeira

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