Portugal

Startups trabalham com hospitais para investigar demências através da tecnologia

Maria Manuela Oliveira com a mãe, Iria Alice, doente com Alzheimer
Aveiro , 19- 09- 2019 – Maria Manuela Oliveira com a mãe, Iria Alice, doente com Alzheimer fotografadas no Lar do Complexo social da Moita, da santa casa da misericórdia de Aveiro.
(Maria João Gala /Global Imagens)

 

Há quatro startups a trabalhar com hospitais portugueses em projetos ligados à demência, na sequência da iniciativa Building Tomorrow Together – Innovation in Dementia da farmacêutica Roche. Os primeiros resultados dos projetos-piloto são dados a conhecer na tarde desta terça-feira, num evento na Amadora.

A intenção é procurar soluções digitais na área da saúde capazes de trazer mais qualidade de vida às pessoas com demência e doença de Alzheimer (a forma mais comum de demência).

“O processo de investigação é crítico para conhecermos mais sobre estas doenças”, realça Ricardo Encarnação, diretor médico da Roche, sublinhando a importância da “participação dos doentes” e o “interface com a tecnologia”. “Muito provavelmente, a tecnologia vai ajudar a conhecer melhor a doença e a ter outras formas de a avaliar, que a avaliação clínica e imagiológica não têm conseguido”, explica.

Os projetos-piloto estão em curso há cerca de um ano e abrangem áreas tão diversas como a deteção precoce, monitorização e estimulação. A startup portuguesa iLof está a trabalhar em parceria com a Luz Saúde e o Centro Hospitalar Universitário de São João, aplicando tecnologia na análise de biomarcadores sanguíneos. “Com uma análise de sangue, poderão ser detetados precocemente sinais de demência. O objetivo será o de permitir antecipar o diagnóstico antes de a doença estar estabelecida”, explica a Roche.

Também a NeoNeuro e o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga se debruçam sobre uma “solução que pretende permitir um diagnóstico precoce, através de uma análise ao sangue com um protocolo e um equipamento próprio. Trata-se de uma forma não invasiva e mais simples de prognosticar a possibilidade de um doente poder vir a ter uma demência”, refere a farmacêutica.

A norte-americana Somatix está, em colaboração com o CNS – Campus Neurológico Sénior e CUF, a desenvolver uma solução de monitorização remota de doentes. Trata-se de uma bracelete que permite detetar gestos e movimentos para monitorizar ritmos de sono, risco de queda ou níveis de hidratação, entre outros. O dispositivo “comunica com uma aplicação e com um software que monitoriza o que acontece às pessoas com demência, podendo reduzir hospitalizações e idas desnecessárias ao hospital”.

A Virtuleap, por seu lado, está a trabalhar com o grupo Lusíadas em jogos de Realidade Virtual focados “na memória e na coordenação motora”.

Dados do Relatório da Alzheimer Europe mostram que existem cerca de 46 milhões de pessoas com Alzheimer no mundo. Em Portugal, em 2018, existiam cerca de 194 mil casos de demência, com predominância para a Doença de Alzheimer. A tendência mundial é de aumento deste tipo de doenças.

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