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Luis Martelo é o rosto de um mural do artista internacional VILE, no Montijo

 

luis martelo - milenio stadium (1)

 

Luís Martelo, o compositor e trompetista português, é o protagonista do Mural de Vile localizado no Montijo. O artista Vile propôs a ideia de retratar o rosto de Luís Martelo num mural que foi recentemente terminado, e será inaugurado oficialmente a 22 de junho às 17.30h numa cerimónia onde Luís marcará presença, num edifício de 5 andares no Bairro do Esteval. Essa obra faz parte de uma campanha promovida pelo Projeto (C)ASAS, cujo objetivo é conscientizar e desmistificar estereótipos relacionados com as pessoas em situação de sem-abrigo.

Luís Martelo, que atualmente faz sucesso no mundo da música, tendo em março vencido a medalha de prata para melhor instrumentista nos Global Music Awards e gravou recentemente para o novo álbum de Ivan Cristiano, dos UHF e ainda escreveu o tema “Nu baza” do novo álbum do famoso artista Badoxa. Passou por uma experiência de sem-abrigo que durou três anos antes de conquistar reconhecimento e os prémios. O mural foi criado como uma forma de transmitir esta história pessoal e também promover empatia e compreensão em relação àqueles que enfrentam a condição de sem-abrigo e de vulnerabilidade.

A iniciativa de criar este mural é parte integrante do Projeto (C)ASAS – Capacitar para Incluir, uma proposta apresentada pelo município do Montijo ao Programa Operacional Regional Lisboa 2020. O objetivo principal desse projeto é promover a inclusão social, combater a pobreza e a discriminação, com foco específico na inserção das pessoas em situação de sem-abrigo na sociedade. Luís Martelo nasceu a 6 de julho de 1989 em Barcouço, concelho da Mealhada. Cresceu numa família humilde. Aos 7 anos integra a Banda Filarmónica Lyra Barcoucense 10 d’Agosto, onde se iniciou na música. Aos 11 começa a tocar trompete, pelas mãos de Fernando Vidal, na altura Primeiro-Sargento da Banda do Exército. Foi também pela sua mão que integrou a carreira militar na Banda Sinfónica do Exército em Queluz onde tocou ao seu lado. De volta a casa, percebe que os pais se separaram e vê-se de repente sem casa, sem chão. Ruma a Vila Nova de Milfontes onde vive há três anos como sem abrigo e teve de vender o seu trompete para comer.

 

luis martelo - milenio stadium (1)

 

Decide, com ajuda, mudar-se para Londres, onde trabalhou nas obras, em fábricas e onde conheceu a sua mulher. É nesta altura que concorre a uma orquestra e tudo muda. Muito esforço, dedicação e estudo permitem que Luís volte ao nível que sempre soube que tinha dentro.

Na pandemia conquistou o país por tocar nas ruas, em lares, hospitais e para os mais vulneráveis, sempre na rua à distância, e decide gravar o seu primeiro disco com músicos como Mark Upton que toca com Andrea Bocelli e Rod Stewart; Rudney Machado, trompetista da Ivete Sangalo; Diogo Duque, trompetista dos HMB, Salvador Sobral, Gonçalo Seco dos Kumpania Algazarra, Sandro Félix do Boss AC e muitos outros nomes mundiais de topo. Com esse álbum vence duas medalhas de prata nos Global Music Awards nos USA. No ano seguinte volta a ganhar como artista revelação e melhor banda.

Em 31 de março de 2023 volta a ganhar a medalha de prata para melhor instrumentista com uma versão de “Adeus Tristeza “de Fernando Tordo, tema que pertence ao seu novo álbum Roots, com previsão de sair em finais de setembro e promete ser o melhor trabalho do artista até à data. Luís é a prova de que o que nos acontece na vida não nos define e que a condição de vulnerabilidade pode tornar-nos maiores.

Paulo Perdiz/MS

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