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COP27 – O desespero dos afogados

Terra Viva

 

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Diversas nações, ilhas e territórios correm o risco de desaparecer com a subida dos oceanos.

Kiribati, Ilhas Marshall, Tuvalu, Vanuatu, Maldivas, Bahamas, Belize, Bangladesh, Nigéria, Tailândia, são alguns dos territórios mais ameaçados pela subida no nível médio do mar, uma catastrófica consequência do aquecimento global.

Atualmente existem que cerca de 267 milhões de pessoas a viver em zonas com 2m ou menos acima do nível do mar. Desde 1880 o nível médio já subiu entre 21cm a 24cm, e as simulações sobre os próximos anos não são nada animadoras.

Nesta COP27 a decorrer no Egipto, os países em maior risco exigem um tratado internacional de não proliferação de combustíveis fósseis com o objetivo de eliminar gradualmente o uso de carvão, petróleo e gás. O primeiro subscritor impulsionador foi Vanuatu, seguido de imediato por Tuvalu, sua nação vizinha.

O primeiro-ministro de Tuvalu, Kausea Natano, no seu discurso, fez um apelo de desespero às nações de todo o mundo dizendo que “o aquecimento dos mares está a começar a engolir as nossas terras, centímetro por centímetro. Mas o vício do mundo em petróleo, gás e carvão não pode afundar os nossos sonhos sob as ondas. Nós, portanto, unimo-nos a uma centena de laureados com o Prémio Nobel da Paz e a milhares de cientistas em todo o mundo, e exortamos os líderes mundiais a aderirem ao tratado de não proliferação de combustíveis fósseis para gerir uma transição justa dos combustíveis fósseis.”

Pequenos países ou populações sem peso político no xadrez global, são as mais infelizes vítimas dos países gigantes e gananciosos, como a China ou os E.U.A., que são os maiores poluidores mundiais no que concerne à utilização de combustíveis fósseis. Sem a vontade e o compromisso dos 4 maiores poluidores, onde se incluem também a Índia e a Europa, algumas pequenas e pobres nações poderão desparecer definitivamente da face da Terra em poucas décadas.

Por mais que a Organização das Nações Unidas se esforce os avanços continuam muito aquém do desejado e necessário para salvar o planeta e a própria espécie humana.

As COP (da sigla inglesa “Conference of the Parties”) vão na sua 27ª edição e existem compromissos assumidos há 10 ou mais conferências atrás que continuam sem serem cumpridos por aqueles que até teriam capacidade financeira, tecnológica e logística para o fazer. As razões para tais incumprimentos devem-se exclusivamente a dependências financeiras, políticas e de poder, para com a infernal máquina do sector de combustíveis e energia alimentada pelos combustíveis fósseis.

Enquanto os países ditos desenvolvidos gastam combustíveis e energia à tripa-forra em extremo conforto ou devaneios, os mais pobres, e com territórios em risco, morrem afogados.

Que humanidade é esta que despreza o desespero dos inocentes e impotentes?…

Paulo Cardoso/MS

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