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Haja quem nos proteja

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Tem sido assustador assistir a todos os ataques à mão armada que assombram todos aqueles que querem apenas viver em paz. Nos Estados Unidos da América, país nosso vizinho, as últimas semanas foram marcadas por diversos (e quase uns atrás dos outros) tiroteios, seja numa escola, seja num supermercado, seja num hospital.

A atuação da polícia tem sido muito criticada relativamente ao sucedido na escola do Texas. Os críticos defendem que aqueles a quem entregamos a confiança para que estejamos seguros, às vezes fazem-nos questionar as suas escolhas e tomadas de ação: nesse tiroteio que aconteceu no Texas, a Polícia demorou 40 minutos até entrar na escola. Cá fora, ao som dos tiros, pais gritavam desesperados e outros tantos queriam entrar e tentar resolver o assunto pelas suas próprias mãos. A impotência às vezes deixa-nos cegos – é difícil e doloroso imaginar como será quando se trata de uma criança que é nossa. No entanto, temos de fazer um esforço para não generalizar, perceber que temos, de facto, de confiar naqueles cuja missão é proteger-nos.
Aqui, no Canadá, temos (pelo menos até agora) a sorte de não haver tantos casos de crimes horrendos como os que mencionei anteriormente, mas estas ocorrências de violência com armas tem sido assunto também aqui – por estarmos, talvez, tão perto e por, ultimamente, terem acontecido casos relacionados com armas de pressão levadas para ambientes escolares. Também a Polícia de Toronto foi duramente criticada pela sua atuação na escola de Scarborough, mas desta vez por ter agido de forma fatal, supostamente reagindo a uma ação do jovem que transportava uma arma que se veio a revelar ser de pressão de ar. Momento completamente antagónico quando comparado ao que aconteceu no Texas e que nos levanta algumas questões sobre como deve agir a força policial numa situação desta natureza.

Recentemente foram anunciadas leis que visam apertar o cerco à circulação de armas legais em território canadiano, mas a polícia continua a ser o garante de que todas as leis que visam defender o cidadão são, efetivamente, cumpridas. A polícia mais não é do que um conjunto de homens e mulheres que são instruídos e preparados para isso mesmo e de quem esperamos proteção. Haja quem nos salvaguarde, no mundo louco em que vivemos hoje!

Nesta edição do jornal Milénio Stadium tivemos a oportunidade de ver respondidas algumas das nossas questões, falando com a Corporate Communications da Polícia de Toronto, e também com o polícia luso-canadiano Peter De Quintal.

milenio stadium - Peter De QuintalMilénio Stadium: De que forma os recentes acontecimentos de ataques à mão armada nos EUA podem impactar na sociedade canadiana?
Toronto Police Service: A Polícia de Toronto monitoriza continuamente as questões de segurança, não só em Toronto, mas em todo o mundo e trabalha em estreita colaboração com os nossos parceiros na América. Em resposta, fazemos os ajustamentos adequados aos nossos planos, a fim de mitigar os potenciais riscos para a segurança pública.

MS: Que preocupações acrescidas eles trazem a quem tem por missão proteger e garantir a segurança dos cidadãos?
TPS: A principal fonte de armas ilegais tem sido, e continua a ser, os EUA. O Service continua a trabalhar com outros serviços policiais no Canadá e nos EUA, bem como com organizações federais como a Agência de Serviços de Fronteira do Canadá para prevenir e remover as armas das ruas. O crime com armas continua a ser uma prioridade para o Service e continuamos a trabalhar em colaboração com as comunidades, ao mesmo tempo que recorremos à perícia de unidades especializadas, tais como a Equipa de Resposta ao Tiroteio Centralizada, que investiga tiroteios não fatais e investigações sobre armas de fogo. A nossa Equipa de Supressão da Violência Armada também trabalha proativamente, e é liderada pela inteligência, para atingir e desmantelar bandos e criminosos que utilizam armas.
O Service também lançou o Project Engage, para os bairros mais afetados pelos gangs, num projeto de prevenção ligado às câmaras municipais. A iniciativa centra-se na implementação de estratégias adequadas de educação, prevenção, intervenção e supressão para evitar a entrada de pessoas em gangs e fornecer planos de saída para os que estão envolvidos. O nosso trabalho não pára e o Service continua dedicado a manter as nossas ruas seguras.

MS: Recentemente em Toronto um jovem foi abatido pela polícia por estar a circular perto de uma escola com aquilo que se pensava ser uma arma. Quais são as orientações que têm para agir em situações desta natureza?
TPS: No que diz respeito ao recente tiroteio policial, esta é agora uma investigação da SIU e, por conseguinte, não podemos comentar essa investigação específica. No entanto, todos os nossos agentes têm uma formação extensiva para os preparar para uma variedade de situações que enfrentam no cumprimento do seu dever.

MS: Que conselhos daria aos pais de modo a evitar que os seus filhos cresçam e se tornem num perigo para a sociedade?
Peter De Quintal: Os pais têm um papel fundamental no desenvolvimento dos seus filhos, assegurando o seu envolvimento no dia-a-dia das suas crianças. Estando em contacto com eles, estando a par de como correu o seu dia e não aceitando apenas uma palavra de resposta, mas encontrando realmente pormenores para garantir que os seus filhos não escondem emoções negativas e assegurando que, caso existam, estão a ser acompanhados para lidar com o que sentem. Limitar a presença on-line do seu filho e perceber quais são afinal os seus interesses quando usam a internet – que websites procuram e/ou aplicações podem estar a utilizar; assim todos podemos garantir que estão seguros e que não estão a ser influenciados de forma negativa por indivíduos on-line.

Os nossos filhos, como muitos de nós, precisam de ser ouvidos e se você for a pessoa que eles procuram para dizerem o pensam e sentem, pode ter aqui um papel de conselheiro ajudá-los a fazer escolhas positivas.

Catarina Balça/MS

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