Portugal

O elogio das campanhas eleitorais

milenio stadium - campanha eleitorias

 

As campanhas eleitorais não são apenas um dos elementos relevantes da democracia, uma forma de, na pluralidade, os candidatos apresentarem as suas ideias. São também um momento privilegiado de contacto com as pessoas, de ouvir a sua voz e de conhecer melhor a realidade. Do ponto de vista humano é muito enriquecedor, porque se ouve o reconhecimento e a crítica e ambos são importantes.

Ouvem-se histórias de vida, conhecem-se projetos inovadores e extraordinários, encontram-se pessoas que mostram a riqueza do seu ponto de vista, descobrem-se problemas e dificuldades. As campanhas são um momento crucial para renovar o compromisso com os eleitores, fundamental em democracia. O compromisso de realizar uma proposta, de cumprir uma promessa, de melhorar a vida dos cidadãos. No fundo, é sempre disso que se trata: tornar a vida das pessoas melhor e mais fácil, mais digna e mais livre.

Todas as campanhas têm os seus pontos altos, o que muitas vezes acontece quando menos se espera. Uma frase, uma história, um projeto. Os partidos apresentam os seus programas e ideias, mas é sempre a voz das pessoas que deve falar mais alto.

As campanhas são um momento de mobilização, de cor e de alegria, em que os cidadãos saem à rua para defender as propostas que os partidos e os candidatos apresentam. São um momento de partilha de ideais e de
esperança. E também de afetos. A política precisa de ser vista de forma positiva, sobretudo quando há cada vez mais pessoas empenhadas em denegrir a democracia e as suas instituições, com cada vez mais informação falsa e manipulação da realidade.

Ao contrário do que alguns querem fazer crer, a política em liberdade tem nobreza, porque se trata de uma forma de fazer valer o bem comum e o interesse coletivo. É claro que não é fácil agradar a todos. Há sempre quem não esteja de acordo com as soluções encontradas. É, por isso, um compromisso sempre essencial de fazer as coisas para o bem do maior número de pessoas com os meios disponíveis para a sua concretização. Mas isso é da natureza da democracia e é por isso que as pessoas escolhem uns partidos e não outros, em função das prioridades, dos candidatos e dos seus interesses.

Mas nas campanhas eleitorais também é preciso civilidade, respeito, nível, pedagogia. Os adversários merecem respeito. E cada um deve medir o peso das suas palavras. Não deve ofender, nem manipular, nem denegrir. Os extremismos são muito perigosos para a democracia, porque convivem mal com ela. Infelizmente, em Portugal, o extremismo também já entrou no país como um vírus que causa tensão, que ofende e manipula, que divide a sociedade e põe as pessoas umas contra as outras.

As democracias precisam sempre de campanhas civilizadas, sem agressões verbais e com um salutar confronto de ideias. A imprensa tem um papel fundamental a desempenhar, porque deve ser isenta. Os jornalistas têm a enorme responsabilidade de escolher corretamente os momentos de campanha que podem resumir o dia, os encontros, uma proposta ou uma mensagem relevante. Se os jornalistas quiserem, podem facilmente prejudicar ou favorecer de forma desproporcionada um candidato ou um partido. Por ação ou por omissão. E nem uma situação nem outra deve acontecer, para honrar a profissão e fortalecer a democracia.

Terminadas as campanhas, cabe às pessoas decidir. E assim definem o futuro de uma nação, de um povo. O que ninguém deve é desinteressar-se pela defesa da democracia. Se isso acontecer, é a liberdade, a dignidade e o respeito pelos direitos fundamentais que são postos em causa. Está nas mãos de cada um impedir que isso aconteça. No voto que deposita na urna.

Paulo Pisco, deputado do PS

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