Farmácias dizem que caixas de Trulicity e Ozempic não chegam para tanta procura. São também usados para perda de peso.
Há diabéticos que não conseguem encontrar nas farmácias medicamentos contendo as substâncias ativas dulaglutido (comercializado com o nome Trulicity) e semaglutido (comercializado como Ozempic) que, a par do controlo da diabetes, são ainda usados para a perda de peso. Responsáveis de farmácias ouvidas pelo JN dizem que as embalagens que chegam para venda não são suficientes para a procura. E há estabelecimentos com lista de espera. É o caso da farmácia do Lago, no Porto, que recebe pedidos diários. A sociedade de endocrinologia fala numa “enorme procura internacional” e diz que “não tem havido capacidade de resposta para repor no mercado as quantidades que são procuradas”. Os pacientes, diz a dona da farmácia do Lago, “desesperam”.

“O que me dizem nas farmácias e os médicos é que, como aquilo tem uma substância que ajuda a emagrecer, há malta que compra para isso”, contou.
Contactado pelo JN, o Infarmed garantiu que os “medicamentos não estão notificados pelos laboratórios como estando em rutura”. Ainda assim, nas farmácias, há “muito pouca quantidade destes medicamentos por semana para o número de pedidos”. Joana Lemos, da farmácia do Lago, diz haver semanas em que chegam só “duas ou três” embalagens.
Definir prioridades
“São para diabéticos e utilizados para emagrecer. Sendo usados para os dois fins, começa a haver escassez”, explicou.
João Jácome de Castro, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, revela que “tem havido uma enorme procura internacional por estes medicamentos”. Não só porque “são eficazes e seguros no controlo da diabetes”, como “especialmente o liraglutido e o semaglutido” têm “estudos muitíssimo importantes na área da perda de peso”. Mas, em caso de escassez, a sociedade defende que “deve ser dada prioridade às pessoas que têm diabetes e às que já estão a fazer terapêutica com eles”.
Associação pediu reunião ao Infarmed
Pizarro apertou
Comparticipação
Mais do que o PIB
O valor de mercado da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk – que produz o medicamento – ultrapassou a dimensão do PIB da Dinamarca em 2022, avançou o “Expresso”.
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