Comunidade

500 anos de Romeiros de São Miguel: A fé e a tradição em imagens

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Créditos: Catarina Balça

 

As rezas dos Romeiros, entraram e encheram a sala da Peach Gallery, transportando-nos para os caminhos da fé que atravessam a ilha de São Miguel. 500 anos depois os Romeiros continuam a marcar a cultura açoriana.

Joseph Amaral é um fotógrafo luso-canadiano que se define como alguém que gosta de contar histórias. Basta ver a exposição, que Toronto pode agora apreciar, para percebermos que as histórias se encontram nos olhos, nas expressões da alma, bem vincadas em cada imagem. Estes são rostos de Romeiros – homens devotos que percorrem a ilha de São Miguel em oração e que fascinaram Joseph Amaral com a energia que transportam a cada passo dado na peregrinação que dura sete dias – “senti a energia deles. E comecei a segui-los, movido pela curiosidade no primeiro dia. E pensei que tinha fotografias suficientes. Depois decidi no terceiro dia segui-los de novo, e depois aconteceu de novo, e de novo, e de novo… e, passado pouco tempo, fui apanhado pela energia deles, fui sugado pela energia dos Romeiros.”

O fascínio transformou-se numa necessidade de partilhar a intensidade do que sentiu, nas duas peregrinações que fez com os Romeiros que o acolheram como mais um irmão na fé. “Fiz isto para trazer os Romeiros para o Canadá e América do Norte. Eles são uma parte importante da cultura portuguesa, mas não são oficialmente reconhecidos como tal. E uma das razões é precisamente porque não são conhecidos no mundo. E eu tentei fazer esta exposição para dar a oportunidade de as pessoas os conhecerem e reconhecerem quem são.”

E nessa missão de mostrar os Romeiros ao mundo, Joseph Amaral contou com a ajuda de Matthew Correia que, no exercício das suas funções de Conselheiro da Diáspora Açoriana de Ontário, estabeleceu as pontes necessárias para que um pouco da cultura açoriana voasse até Toronto. “Fui o elo de ligação entre o artista e a Peach Gallery. Também trabalhei na promoção deste evento e tratei de obter algum apoio logístico por parte do Governo Regional dos Açores. Porque era importante não só divulgar esta exposição junto da comunidade portuguesa, ou seja, a comunidade que já conhece o que é a tradição dos Romeiros, mas também atrair o público em geral – os canadianos e outras etnias. Por isso é que esta mostra está inserida no Scotia Bank Contact Photography Festival, que é uma exposição nacional e que assim dá foco a Portugal e, neste caso, aos Açores.”

 

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Manuel DaCosta, proprietário da Peach Gallery, explicou-nos porque decidiu acolher esta mostra, assumindo que a escolha da data de inauguração não foi casual. É que caminhamos a passos largos para o mês em que a comunidade luso-canadiana se junta para celebrar Portugal. “Era muito importante que uma coisa destas fosse mostrada porque basta olhar para os olhos das pessoas para compreendermos o significado que uma exposição destas tem. E como vamos celebrar o mês de Portugal, estamos a caminho disso, acho que é sempre importante trazer coisas diferentes para que o povo realmente fique a conhecer certas coisas. Porque nós, na nossa comunidade, parece que só saímos quando vem o mês de Portugal, ou a Semana de Portugal e eu acho que é importante vermos algo mais focado na nossa cultura e tradições.”

Joseph Amaral o homem que conta histórias com a sua máquina fotográfica e que, em cada viagem que faz a São Miguel, procura os irmãos que o ajudaram a escrever esta, que ficou registada em belíssimas imagens a preto e branco. “De cada vez que vou a S. Miguel uma das primeiras coisas que quero fazer é estar com os meus irmãos Romeiros, porque sinto-me pleno. Depois de passar duas, três semanas com eles, volto com energia renovada, é como se eu tivesse feito as caminhadas com eles. Então, isto não é para mim, isto é para eles. Queria honrá-los, dar-lhes uma exposição, pelo sentimento maravilhoso e boa energia que eles me passam, e pela forma como eles preencheram a minha alma. Esta é a minha forma de lhes retribuir.”

Madalena Balça/MS

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