Portugal

Mais de metade dos casos de VIH diagnosticados tardiamente em 2022

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O número de novos casos de infeção por VIH em Portugal está a diminuir, mas mais de metade diagnosticos são tardios e o país continua acima da média da União Europeia no que toca a novas infeções. O retrato é traçado no relatório “Infeção por VIH em Portugal – 2023”, que é apresentado esta segunda-feira.

De acordo com o documento, no ano transato, Portugal registou 804 novas infeções por VIH. Trata-se de uma redução face a 2021 e a continuação da tendência decrescente registada desde o ano 2000. Entre 2013 e 2022, houve redução de 56% no número de novas infeções por VIH e de 74% em novos casos de SIDA. No entanto, o país “regista ainda elevadas proporções de diagnósticos tardios”. No ano passado, 57,2% dos diagnósticos chegaram tardiamente. O valor ascende a 69,9% para as pessoas com idade igual ou superior a 50 anos. Este ano, assinalam-se quatro décadas da epidemia de VIH no país.

Ao longo dos últimos quarenta anos, foram notificados 66.061 casos de infeção, dos quais 23 637 atingiram o estádio SIDA. Contabilizaram-se, também, 15.779 óbitos. Estima-se que mais de 45 mil pessoas vivam com VIH em Portugal.

“Pese embora o país tenha vindo a traçar um percurso de sucesso na abordagem à infeção por VIH, que nos deve orgulhar, com acentuada redução do número anual de novos diagnósticos, de casos de SIDA e de óbitos associados à infeção, desde 2000, Portugal mantém-se entre os países da União Europeia que apresentam as taxas mais elevadas de novos diagnósticos. Regista, ainda, elevadas proporções de diagnósticos tardios, um número discreto de pessoas abrangidas pela PrEP e a persistência de fenómenos de estigma e discriminação vivenciados pelas PVVIH, que justificam que esta área continue a ser uma prioridade nacional e se mantenha na agenda política”, lê-se no relatório divulgado pela Direção-Geral de Saúde e pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Esmiuçando os 804 novos casos de VIH registados em 2022, é possível perceber que a maioria dos diagnósticos corresponde a homens entre os 20 e os 39 anos. A Área Metropolitana de Lisboa, seguida da região do Algarve, apresentam taxas de novos diagnósticos mais elevadas.

No que toca a óbitos, em 2022, registaram-se 151 mortes em pessoas que viviam com VIH, sendo que em mais de metade dos casos o diagnóstico tinha ocorrido há mais de 15 anos.

O relatório revela, também, que no ano passado houve “aumentos expressivos” no número de testes para VIH efetuados e no número de pessoas que usaram Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Foram realizados cerca de 70 mil através de testes rápidos e mais de 370 mil testes laboratoriais com prescrição do Serviço Nacional de Saúde.

O relatório assegura que “a melhoria do acesso à PrEP, nomeadamente através da redução do tempo de espera para a primeira consulta” é “uma prioridade nacional”. Por isso, prevê-se a “conclusão a breve trecho” do trabalho da equipa do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, “com vista a que esta ferramenta eficaz de prevenção passe a estar disponível noutros contextos, para além dos hospitais”.

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