Portugal

Casal de Lisboa deixa fortuna a instituições portuguesas

Instituições de solidariedade social e corporações de bombeiros, desde o Minho até ao Algarve, beneficiaram no último ano da fortuna deixada por um casal sem filhos de Lisboa.

Em vida, os beneméritos José Francisco Brás e Antónia Fátima Marinho Brás determinaram, em testamento, que o seu património espalhado por Portugal e no estrangeiro fosse doado “com discrição, a quem necessita” em território nacional.

O advogado testamenteiro, Luis Borges Rodrigues, adianta que as doações são feitas em forma de bens e “distribuídas por todo o país, pelas [instituições] mais carenciadas”.

Entre 2022 e este ano, foram doadas “24 ambulâncias com equipamentos de sobrevivência, como desfibriladores, ventiladores e monitores, e também equipamentos de proteção individual e botas, a 21 corporações, desde o Minho, ao Alentejo e Algarve”.

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Os beneméritos, José Francisco Brás e Antónia Fátima Marinho Brás. D.R.

O Centro Social João Paulo II em Fátima, de apoio a deficientes profundos, e as Irmãzinhas dos Pobres (Lisboa) foram, segundo Luis Borges Rodrigues, algumas das instituições beneficiadas no testamento do casal Brás. À Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, deixaram “o andar, onde sempre habitaram”, que entretanto terá sido vendido pela instituição.

“Morreram sem filhos”

José trabalhou como contabilista e tornou-se empresário, e Antónia chegou a trabalhar como funcionária dos correios, mas acabou por deixar o emprego após o casamento, por vontade do marido.

“Morreram sem filhos. Ele, José Francisco Brás, construiu uma fortuna significativa e está a ser distribuída para diversas instituições que têm necessidades. Quiseram deixar a quem necessita e tem carências. Deixaram isso bem definido”, afirma o advogado, referindo que era vontade dos beneméritos que a ajuda chegasse com a maior reserva a quem dela precisa. “Estas coisas não são para se fazer com ostentação. Eles sempre foram pessoas que viveram uma vida humilde, nada compatível com aquilo que tinham de posses”, comenta o jurista.

De entre as corporações que receberam doações, as de Carregal do Sal, Vila Praia de Âncora e Monção foram escolhidas por Luis Borges Rodrigues para serem ajudadas.

O presidente dos Bombeiros Voluntários de Monção, Gonçalo Nuno Oliveira, enaltece a ação do casal benemérito e do seu advogado testamenteiro, que já beneficiou aquela associação com três viaturas e equipamentos num valor que “ultrapassa 250 mil euros”.

“Não é todos os dias que isto acontece. Posso dizer que se calhar na história da associação, é um marco histórico, oferecerem de uma vez só tanto equipamento e tantas viaturas. Já aconteceu oferecerem uma ou outra ambulância, mas isto surpreendeu-nos pela magnitude da oferta”, comentou, referindo que “toda a ajuda é bem-vinda” para a corporação. “Cada cêntimo que nos seja doado, é aplicado para um melhor socorro”, disse.

JN/MS

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