Autarcas reforçam posição contra eólicas offshore no Porto
Das cinco sugestões feitas pelos autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) sobre a construção de um parque eólico offshore, só uma foi “parcialmente acolhida”. O autarca da Póvoa de Varzim, representante da AMP na comissão consultiva do parque, sugeriu aos autarcas uma posição conjunta e contra o projeto.
“Das cinco sugestões feitas por nós, eles acolhem parcialmente uma, que tem a ver com as dúvidas levantadas relativamente às infraestruturas em terra. As outras não acolhem”, revelou o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, na reunião de Conselho Metropolitano do Porto, que decorreu esta manhã de sexta-feira. A construção do parque envolve os concelhos da Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Matosinhos e Gaia. Aires Pereira pediu uma posição conjunta para apresentar na próxima reunião da comissão consultiva do projeto, marcada para segunda-feira.
“Estamos a falar de um projeto que irá afetar o país, no mínimo, nos próximos 20 anos, e querem fazer tudo isto em cima do joelho”, critica o autarca, acrescentado que o parecer da comissão consultiva do projeto, recebido esta quinta-feira à noite, “parece muito, muito precipitado” para que seja possível “continuar a comer o tal peixe que se serve na nossa costa”. De acordo com Aires Pereira, a previsão é a de que o parque eólico offshore “irá afetar de forma grave a pesca artesanal”, uma vez que deixará os pescadores “uns em cima dos outros face àquilo que é o terreno disponível”.
Sendo o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim o representante da AMP na comissão consultiva do projeto, Aires Pereira propôs aos autarcas da região que “acautelassem o futuro e votassem contra” em jeito de “defesa dos interesses das nossas associações e da nossa região”.
“Não podemos deixar de votar contra um assunto tão mal estudado, tão mal explicado e com tanta precipitação na montagem de um sistema de energia eólico offshore em mais de 10 gigawatts, que é uma coisa verdadeiramente inexplicável. Os espanhóis estão a fazer 3 gigawatts. Em Portugal, pensa-se sempre à grande”, critica o autarca. Aires Pereira reforça que esta é uma aposta em algo onde o país “não tem experiência que possa transmitir segurança relativamente aos impactos que terá”.
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