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Água do mar da Florida está tão quente como um jacuzzi

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A água do mar na Florida, nos EUA, chegou aos 38,43ºC esta semana, a temperatura usada nos jacuzzis, tornando-a potencialmente a mais quente já registada.

Uma bóia de temperatura da água localizada nas águas de Manatee Bay, no Parque Nacional de Everglades, registou a temperatura no final da tarde de segunda-feira, segundo dados do governo norte-americano. Outras bóias ns proximidades ultrapassaram os 38ºC e os 32ºC.

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), as temperaturas normais da água desta área nesta época do ano devem estar entre 23ºC e 31ºC.

“Isto é um jacuzzi. Eu gosto do meu jacuzzi em torno de 37,8, 38,3°C. Foi o que foi registado  ontem”, disse Jeff Masters, meteorologista da Yale Climate Connections, à “Associated News”.

Os fabricantes de jacuzzis recomendam temperaturas entre 37ºC e 40ºC.

A temperatura mais alta da superfície do oceano já registada, embora não oficialmente, foi de 37,6°C na baía do Kuwait em 2020. “Nunca vimos um evento recorde como este”, continuou Masters.
Por outro lado, as temperaturas podem não ser aceites como um recorde, porque a área é pouco profunda, tem ervas marinhas e pode ser influenciada por terras quentes no Parque Nacional Everglades.

Corais em alerta

O aquecimento das águas ameaça a vida marinha e os ecossistemas oceânicos, como os recifes de corais. Os cientistas observaram o branqueamento e até a morte em alguns dos recifes mais resistentes de Florida Keys, um arquipélago de ilhas tropicais perto da extremidade sul da Flórida que é lar de milhões de algas e outros organismos.

“Os corais estão pálidos, parece que a cor se está a esgotar”, disse Katey Lesneski, coordenadora de investigação e monitorização da NOAA. “E alguns indivíduos estão totalmente brancos. E ainda temos mais por vir”.
O pico de branqueamento normalmente ocorre no final de agosto ou setembro. Porém, segundo os especialistas, este fenómeno está a ocorrer muito mais cedo do que o esperado este ano devido ao aumento da temperatura da água.
A NOAA elevou, esta semana, o sistema de alerta de branqueamento de corais no Florida Keys para o Nível 2, o nível mais alto de stresse por calor.
Abastecimento alimentar em risco

Águas quentes como as da Flórida representam também uma ameaça para os pescadores e outros indivíduos cujos meios de subsistência estejam ligados à água, havendo ainda efeitos indiretos no abastecimento de alimentos.

Segundo Dustin Hansel, capitão de um barco de pesca em Key Largo, a pesca tem ficado “cada vez mais lenta” nos últimos cinco verões e é possível ver cada vez mais peixes mortos nas águas. “No que diz respeito a todas as nossas águas da baía, todas as águas próximas à costa, tudo é super, super quente”, disse Hansel, em declarações ao jornal britânico “The Guardian”.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) das Nações Unidas informou, no início do mês, que as temperaturas globais do mar atingiram recordes mensais desde maio, também impulsionadas em parte por um evento El Niño. As temperaturas da superfície do mar em todo o Mundo quebraram recordes mensais de calor em abril, maio e junho, segundo a NOAA, que alertou que a água mais quente ao redor da Flórida poderia alimentar tempestades tropicais e furacões, que acumulam mais energia em águas mais quentes.

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