“Só a cantar” encerra Semana Cultural do Alentejo
A Casa do Alentejo voltou a provar que é um dos guardiões da cultura portuguesa em Toronto e promoveu mais uma Semana Cultural onde não faltou cultura e boa gastronomia. Tal como no passado, a 35.ª edição voltou a realizar-se em fevereiro e desta vez coube ao fadista Duarte encerrar o evento.
Para Manuel Brito de Fialho, presidente da Casa do Alentejo de Toronto, agora é tempo de preparar a próxima edição. “O balanço que faço é muito positivo. A casa esteve quase sempre cheia e defendo que qualquer associação se deveria dedicar a apostar na cultura portuguesa. Na minha opinião essa é a nossa grande missão aqui no Canadá. Já estamos a trabalhar na próxima edição e esperemos que seja ainda melhor, mas pode não ser em fevereiro”, explicou Manuel Brito de Fialho.
Rosa de Sousa, relações públicas e sócia número um da casa, também mostrou satisfação com o nível que foi alcançado. “Nós começámos sem saber o que estávamos a fazer, mas o tempo e os anos têm-nos ensinado a fazer melhor. E às vezes as pessoas não compreendem que somos apenas voluntários e exigem muito de nós, mas também já estamos habituados (risos)”, contou.
O Museu, que reúne um importante acervo da cultura alentejana, passa agora a chamar-se “Museu Rosa de Sousa”, uma homenagem à sócia fundadora da instituição. “A Rosa sempre teve vontade de criar um museu e ela foi a grande impulsionadora deste espaço. Achámos que fazia sentido homenageá-la e renomear o museu porque ela tem dedicado muito do seu tempo à Casa do Alentejo”, disse Brito de Fialho.
A mentora do museu falou-nos sobre a importância do projeto na preservação da cultura alentejana para as próximas gerações. “Os objetos que estão aqui expostos fazem parte da história da Casa do Alentejo. Eles são um pedaço do nosso Alentejo aqui no Canadá. Embora a ideia tenha sido minha, preferia que em vez do meu nome estivesse o de todos os voluntários da casa”, sugeriu.
Foi a segunda vez que Clara Santos abriu o palco para Duarte. Acompanhada pelos músicos Hernâni Raposo, Pedro Joel e Sérgio Santos, a fadista prometeu novidades para breve. “Estou ansiosa, mas a responsabilidade é igual porque independentemente de atuar sozinha ou de abrir para alguém gosto sempre de dar o meu melhor. Foi aqui que pisei um palco pela primeira vez e por isso esta casa tem sempre um lugar muito especial no meu coração. A 7 de abril vou lançar o meu segundo álbum, chama-se “Alma nua”. Tem temas originais, modernos e tradicionais e espero que o público goste”, informou ao Milénio Stadium.
Vencedor do Prémio Amália Rodrigues, Duarte é um dos grandes nomes da nova geração de fado. Natural de Évora, reencontrou-se com o Alentejo… em Toronto. “Neste momento já me começo a sentir nervoso e com algum receio porque estou prestes a subir ao palco. Já cá tinha estado com o projeto “Cantar Amália” e de certa forma é um bocado voltar onde já fui feliz. Gostava de ter regressado antes, mas infelizmente não foi possível. Vou dar o meu máximo e espero que o público desfrute do espetáculo”, avançou Duarte ao nosso jornal.
O reportório assentou no último disco – “Só a cantar” e sobre o próximo álbum o fadista não quis adiantar muito. “Ainda não podemos falar sobre isso, mas eu gostava que fosse um álbum autêntico, tal como todos os outros (risos)”, referiu.
Acompanhado por Pedro Amendoeira, na guitarra portuguesa e por João Filipe, na viola de fado, Duarte espera que o destino o traga mais vezes a Toronto. “Não gosto de fazer planos, mas o que tiver de ser será (risos)”, garantiu.
Duarte conta com quatro álbuns no currículo. “Fados Meus” (2004); “Aquelas coisas da gente” (2009); “Sem dor nem piedade” (2014) e “Só a cantar” (2018). Ao nosso jornal confessou que o facto de ser psicólogo de profissão o ajuda a escrever as suas próprias letras.
Joana Leal
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