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Miocardite em crianças com covid é 60 vezes mais frequente do que após vacinação

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A medical assistant prepares a syringe with the Pfizer BioNTech vaccine for children at a vaccination centre set up at a car dealership in Iserlohn, western Germany, on January 5, 2022, amid the ongoing coronavirus (Covid-19) pandemic. – The owner of the car dealership, Arne Olsen, has temporarily set up a vaccination centre with a team of doctors and nurses at his dealership and has had several hundred people vaccinated since the start in December. As many people as possible are to be vaccinated by the second week of January. (Photo by Ina FASSBENDER / AFP)

 

A miocardite por infeção com SARS-CoV-2 é 60 vezes mais frequente do que após a vacinação e pode ter sintomas mais graves e complicações e sequelas a curto prazo, refere um parecer técnico.

O parecer do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, da Direção-Geral da Saúde (DGS), diz ainda que se desconhece se existem complicações ou sequelas persistentes e insiste que a vacinação permite diminuir o potencial de gravidade do impacto da covid-19 nas crianças e adolescentes.

Insiste que as alterações cardíacas em crianças infetadas “não são desprezíveis e são mais complexas e graves do que as descritas após a vacina” e lembra que a miocardite em idade pediátrica após a vacinação “é muito rara, apresenta-se com sintomas ligeiros, evolução rápida e não aparenta ter complicações ou sequelas a longo prazo”.

O documento, divulgado esta quarta-feira, explica que as causas da miocardite (inflamação do músculo cardíaco) em contexto de covid-19 são ainda desconhecidas e que se supõe que “ocorre quando o sistema imune do próprio doente, em resposta à infeção, agride o coração, o que ainda não está provado”.

“Desconhece-se a razão pela qual ocorre mais frequentemente entre rapazes jovens, após a puberdade. Também não foi ainda possível confirmar a relação causa-efeito entre a vacina e a miocardite”, acrescenta.

O parecer refere igualmente que a agência americana de prevenção e controlo de doenças – CDC (Centers for Disease Control and Prevention) – reportou 11 casos de miocardite em 8.700.000 de vacinas administradas entre os 5 e os 11 anos, e que “todas foram ligeiras e transitórias”.

“Não se conhece mortalidade diretamente relacionada com a vacina”, acrescenta.

Os peritos que elaboraram o parecer defendem que a vacinação demonstrou ser eficaz na prevenção da doença grave e na mortalidade e que os efeitos secundários adversos “são raros e pouco significativos”.

Citam estudos recentes para afirmar que em adolescentes vacinados a possibilidade de ter síndrome inflamatória multissistémica (MIS-C) após infeção baixa em 91%.

“Os casos mais graves ocorreram nas crianças e adolescentes não vacinados”, lembram, insistindo na segurança da vacina em idade pediátrica e sublinhando que, apesar da covid-19 ser menos frequente em crianças, tem vindo a aumentar devido à maior prevalência da nova variante (ómicron).

“A experiência dos Hospitais Pediátricos Nacionais de referência é de que o risco de envolvimento cardíaco em doentes com infeção por covid, em qualquer idade, é uniformemente pior e mais frequente, do que após a vacinação podendo ser responsável por sequelas tardias, que requerem seguimento a longo prazo. Não sendo comparável à miocardite após vacina, muito mais rara e ligeira”, afirmam.

Os técnicos do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares reafirmam os benefícios da vacinação no grupo etário dos 5 aos 11 anos e na população em geral e a segurança da vacina, transmitindo “uma mensagem de tranquilidade aos pais e crianças portuguesas”.

O parecer teve por base com base os diversos artigos científicos publicados em revistas médicas, os documentos normativos das entidades sanitárias nacionais e internacionais, incluindo os resultados da vacinação em mais de oito milhões de crianças entre os 5 e os 11 anos de idade.

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