Editorial

A vida em 2022

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Cartoon by Stella Jurgen

Com muita fanfarra e celebração, 2022 apareceu como uma superestrela que conduz um espetáculo ao qual todos querem assistir. Por todo o mundo, o estalejar do fogo-de-artificio no céu deu às pessoas uma desculpa para terem esperança de tempos melhores e uma justificação para celebrarem o momento, que rapidamente desapareceu com o fumo das faíscas mortas.

O corpo humano é como a arca de Noé. Nós armazenamos qualquer coisa imaginável para mudar as nossas vidas, contudo, cada vez que nos olhamos ao espelho, mais ou menos, vemos sempre a mesma pessoa. Os sonhos e aspirações encharcados com o champanhe e o fogo-de-artificio no céu, combinado com os desejos de um Feliz Ano Novo, não alteraram nada nos nossos corpos ou no mundo. Nós não somos como a lagarta que se reduz a um saco de sopa genético e depois se reconstitui como uma borboleta, livre de fazer aquilo que deseja, sem temer o ano que se avizinha. À medida que seguimos o caminho sinuoso pelos vales desta pandemia, continuamos a recusar aceitar a realidade de que a Covid fará parte das nossas vidas este ano, e muito depois disso, e que temos de ajustar as nossas vidas e aceitar mudanças para regularizar certos aspetos do nosso ser, de forma a conseguirmos sobreviver. As pessoas chegam a extremos para evitar que estejam erradas ou que a sua opinião mude, pois ao fazê-lo demonstram uma certa falibilidade e aceitam que o ponto de vista dos seus oponentes era credível, sendo portanto, esse o motivo pelo qual continuamos a ter pessoas anti-vacinas que abrandarão todos os aspetos da nossa recuperação. O final de 2021 culminou um total de 20 meses de uma dura realidade que nos deu tempestades, fogos e inflação. Merecemos uma pausa em 2022, mas a questão para os prognosticadores e outros especialistas é: o que trará o novo ano? O mundo precisa de sair da hibernação e as pessoas talvez tenham de dar início a uma guerra social para envergonhar aqueles que têm timidez de admitir que estavam errados ao não serem vacinados.

2022 não deveria ser catastrófico devido a potenciais ocorrências socioeconómicas, que podem paralisar ainda mais as nossas mentes. Devemos procurar o lado positivo de cada um de nós para garantir que tempos melhores iluminarão a vida das pessoas. Embora a esperança seja eterna, aqui ficam alguns pensamentos sobre aquilo que o mundo poderá ser este ano.

As atitudes ofensivas vão aumentar, tendo em conta que os humanos serão cada vez menos tolerantes uns com os outros. Nos locais de trabalho faltará civilidade, o que resultará na perda de produtividade e no encerramento de muitas empresas. A fé irá diminuir porque Deus não teve a habilidade de eliminar esta pandemia que tem vindo a causar tanto sofrimento. As guerras estarão cada vez mais iminentes com o aumento do cripto fascismo na França e EUA, e ainda, com a insistência da China e da Rússia de que a autocracia é um método de governo mais eficiente do que as falácias democráticas escondidas por premonições floreadas de liberdade, defendidas pelos chamados líderes democráticos.

Em 2022 as expectativas são de que os negócios podem melhorar e crescer cerca de 64%, isto se a pandemia desaparecer, mas lembre-se que os fogos-de-artificio se dissipam em fumo. Os níveis de dívida nacional resultarão na incapacidade do nosso primeiro-ministro de adicionar tantos zeros e assim, demitir-se em 2022 e dar o lugar a outro génio liberal que eliminará a nossa dívida na mesma altura em que nos livrarmos das alterações climáticas. A praga da falta de mão-de-obra continuará em todas as indústrias, já que os últimos 20 meses criaram uma mão-de-obra preguiçosa que acha que deve ser o governo a cuidar deles. O trabalho híbrido será discutido, mas os empregados e os empregadores não chegarão a acordo na quantidade de horas que devem trabalhar de casa. Os escritórios poderão, uma vez mais, transformar-se em cavernas de homens, onde as mulheres não querem trabalhar, negando assim todos os avanços dos últimos anos na questão da igualdade e diversidade.

Os bilionários vão apoderar-se da corrida ao espaço ao levarem cidadãos para o espaço. A China terá a sua própria estação espacial e irá implementar um conceito de democracia lá, como se fosse uma experiência, e a Índia acabará em Marte. Bom sítio para resolverem os seus problemas.

Estas são apenas algumas previsões, mas o mundo irá alterar-se num ritmo mais acelerado do que nunca, com uma confusão de líderes políticos a dizer o que é melhor quando eles não sabem o que é bom para eles próprios.

Faça as suas próprias previsões, mas prepare-se para as alterar.

Fique bem.

Manuel DaCosta/MS


Version in english

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Cartoon by Stella Jurgen

Life in 2022

With a lot of fanfare and celebration, 2022 made its appearance as a superstar heading a show that everyone wanted to see. The crackling of firecrackers on the sky all over the world gave people an excuse to hope for better times and justification to celebrate a moment in time, which quickly disappeared with the smoke of the dead sparklers.

The human body is like Noah’s Ark. We store every imaginable thing in it to change our lives, but every time we look in the mirror more or less we always see the same person. The dreams and aspirations wetted with champagne and firecrackers on the sky combined the pronunciations of Happy New Year changed nothing in our bodies or the world. We are not like a caterpillar who reduces itself to a sachet of genetic soup and then reconstitutes itself as a butterfly free to do what it wishes without being afraid of the year ahead. As we continue to meander though the valleys of this pandemic we still refuse to accept the reality that Covid will be part of our lives this year and long after and that we have to adjust our lives and accept change to regularise certain aspects of our beings in order to survive. People will go to tremendous lengths to avoid being wrong or having to change their minds as doing so will show a certain fallibility and an acceptance that the views of their opponents were credible and thus the reason we continue to have the anti vaxers, which will slow down every aspect of our recovery. The end of 2021 culminated 20 months of harsh reality that gave us storms, fires and inflation. We deserve a break in 2022 but the question for prognosticators and other pundits is going to be what will the new year bring? The world needs to get out of hibernation and people may have to start a social war of shaming those who are not embarrassed to admit they were wrong by not being vaccinated.

2022 should not be catastrophized by potential socio-economic occurrences, which may further paralyse our minds. We should look for the positives within each of us to ensure that better times will brighten people’s lives. While hope is eternal, here are a few thoughts about what the world may be like this year.

Rudeness will increase, as humans are less and less tolerant of each other. Work places lack civility, which will result in productivity losses and closing of many enterprises. Faith will decrease because God has not shown an ability to eliminate this pandemic which has caused so much suffering. Wars are looming closer and closer as cryptofacism in France and the USA grows plus the insistence by China, and Russia that autocracy is a more efficient method of governance than the democratic fallacies hidden by flowery freedom premonitions espoused by so-called democratic leaders.

In 2022 expectations are that business could improve and grow by 64% if the pandemic disappears but remember that the firecrackers dissolved into smoke. Levels of national debt will result in our prime minister not being able to add so many zeros and thus he will resign in 2022 and give way to another liberal genius who will eliminate our debt by the time we get rid of climate change. Labour shortages will continue to plague all industries as the past 20 months have created a lazy workforce who feels that governments should look after them. Hybrid working will be discussed but employees and employers will not be able to agree how much time people should work from home. Offices could again become men caves where women do not want to work from thus negating all the gains in equality and diversity from the past several years.

Billionaires will take over the space race by taking citizens to space. China will have its own space station and will implement a democracy concept there, as an experiment, and India will end up in Mars. Good place to fix their problems. These are a few predictions but the world will change at a faster pace then ever with a ragtag of political leaders showing us what is best when they do not know what is good for themselves.

Make your own predictions but be prepared to change them.

Be well

Manuel DaCosta/MS

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