Gulbenkian – impossível não dizer OBRIGADO
“Tia, podemos encontrar-nos na sua adorada Gulbenkian”, sugeriu esta semana uma das minhas sobrinhas. Achei piada que a minha devoção a esse lugar seja tão óbvia. Eu adoro frequentar a Fundação Calouste Gulbenkian.
Portugal inteiro tem uma dívida com a Gulbenkian, apesar de serem os lisboetas os grandes beneficiários dessa “casa da cultura”. Fundada em 1956, define o seu mandato desta maneira: “fundação privada portuguesa dedicada a toda a humanidade, tem procurado fomentar o conhecimento e melhorar a qualidade de vida das pessoas através das Artes, da Beneficência, da Ciência e da Educação.”
uem cresceu em Portugal nos anos das bibliotecas itinerantes, deveria saber de cor o nome do arménio Calouste Sarkis Gulbenkian. Estas bibliotecas foram criadas em 1958 com o objetivo de “promover e desenvolver o gosto pela leitura e elevar o nível cultural dos cidadãos, assentando a sua prática no princípio do livre acesso às estantes, empréstimo domiciliário e gratuitidade do serviço”; a Gulbenkian fez o que o Estado não foi capaz de fazer ao criar uma rede de bibliotecas. Este serviço só terminou em 2002.
O Museu, a Galeria de Arte Moderna, o Coro e a Orquestra, e as dezenas de outras iniciativas que a Gulbenkian implementa contribuem para manter viva a memória do benemérito refugiado arménio que escolheu o nosso país para passar os últimos anos de sua vida.
Calouste Sarkis Gulbenkian optou por se refugiar em Portugal, um país neutro, durante a II Guerra Mundial. Ficou em Lisboa até à sua morte, em 1955. Era um dos homens mais ricos do mundo.
O modo simpático como foi tratado, o deslumbramento com a hospitalidade da cidade tanto o encantaram que, no seu testamento, Calouste Gulbenkian doou a Portugal uma pequena parte da sua grande fortuna em petróleo.
O conhecido jornalista-escritor José Rodrigues dos Santos lançou em Toronto, há alguns anos, “O Homem de Constantinopla”, o primeiro de dois livros em que romanceou a vida do senhor Calouste Gulbenkian. Ao outro, ele deu o título: O Milionário de Lisboa.
A Fundação Gulbenkian, na Praça de Espanha é um oásis na cidade lisboeta. Tem um parque com jardins, pequenos lagos e fontes, abertos ao público a qualquer hora. O Museu Gulbelkian – Coleção do Fundador, com sua coleção permanente atrai tanto portugueses como estrangeiros – e ao domingo à tarde, a entrada é livre. Há sempre exposições temporárias de grande qualidade quer no espaço do Museu-sede, quer na Galeria de Arte Moderna.
As instalações da Fundação são usadas para espectáculos, congressos, cinema, concertos e outras iniciativas. Tem restaurantes e cafés no interior e nos espaços verdes do exterior. Famílias com crianças, estudantes e público em geral frequentam democraticamente estes espaços acolhedores.
A Fundação tem biblioteca especializada em arte e aberta ao público em geral. Estudantes e investigadores nacionais e estrangeiros conhecem os serviços de apoio em forma de bolsas, subsídios variados e publicações. Há também o Instituto Gulbenkian de Ciência que promove a investigação científica de grande qualidade.
Pessoalmente, sempre que estou em Lisboa passo muitas horas na Gulbenkian. Escolho-a para ver exposições, para encontros com amigos, para passear na tranquilidade dos jardins. Estou muito grata à Fundação.
Portugal seria um país artística, científica e culturalmente mais pobre sem a Fundação Gulbenkian.
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