É de facto este milagre, ou prodígio, que ainda hoje se conta na tradição oral portuguesa, em que a rainha Isabel, com o seu regaço cheio de pão para dar os pobres, às escondidas de El Rei Dom Dinis, ao ser descoberta pelo rei com o regaço (saia do vestido) tão cheio, respondeu à pergunta de seu marido;
– O que levais aí, Senhora minha, nesse regaço tão cheio?
– São rosas, Senhor, são rosas!
– Rosas em janeiro? – duvidou o rei.
De olhos baixos, a rainha Santa Isabel abriu o regaço, o pão tinha-se transformado em rosas, tão lindas como jamais se viu.
É sem dúvida uma magnífica lenda da nossa história, que continua a encantar pela sua beleza e simplicidade.
Isabel de Aragão, chegou ainda menina a Portugal, com apenas 12 anos, tendo casado com o rei D. Dinis, quando este tinha 18 anos, em 1282. Era uma das mais pretendidas princesas da época. Seu pai Pedro III de Aragão, território que hoje corresponde em Espanha à Catalunha, cuja capital é Barcelona, detinha um dos maiores e mais influentes reinos de então. Foi a escolhida por D. Dinis, o Rei Poeta, para sua esposa. Ainda que muito jovem, Isabel, também conhecida como Rainha da Paz, ao lado de seu esposo, teve sempre um papel de apaziguamento e pacificador. D. Dinis teve um reinado de quase 50 anos, e ainda que seja conhecido pela beleza da sua poesia, o que denota um homem de alguma delicadeza, não nos podemos esquecer que grande parte do seu reinado foi passado em batalhas, com o seu irmão e até com o seu filho, futuro rei D. Afonso IV.
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Dona Isabel, desde logo influenciou e procurou estabelecer a paz no reino. As guerras entre os irmãos, entre Portugal e o Reino de Castela, e nos últimos cinco anos de reinado, entre pai e filho, todas elas, foram vividas com sofrimento por D. Isabel, que ficou conhecida como a Rainha da Paz. Canonizada e Santificada séculos mais tarde, a rainha, mulher sensível, extremamente esmolar, cuidadora e protetora, foi eternizada como Rainha Santa Isabel. Grande parte da sua vida foi passada em Coimbra, onde está o seu túmulo, cidade de onde é Padroeira, Leiria e Estremoz, onde ainda hoje podemos visitar para além dos magníficos castelos, também os aposentos que pertenceram à rainha. Em Estremoz, a Pousada Rainha Santa Isabel, permite-nos descobrir e desfrutar deste encanto, convidando-nos a pernoitar num dos quartos, ou a admirar a bela paisagem alentejana, de uma das suas janelas, ou das ameias do castelo.
São rosas, Senhor, são rosas!
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