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Painéis Solares Flutuantes Portugal vai ter centrais fotovoltaicas em albufeiras de barragens

Terra Viva

Painéis Solares Flutuantes- Portugal-mileniostadium
Créditos: DR

Com esta solução de produção de energia, Portugal tenta manter-se no cumprimento dos compromissos assumidos na produção de energia a partir de fontes renováveis e limpas, e na redução de emissão de gases de efeito estufa.

O governo português lançou leilão em novembro para instalação de painéis solares flutuantes, numa primeira fase, os 262 MW de capacidade produtiva de energia elétrica a concurso, incidem sobre sete albufeiras, a saber, Salamonde (8 MW), Paradela (13 MW), Vilar Tabuaço (17 MW), Cabril (33 MW), Alto Rabagão (42 MW), Castelo de Bode (50 MW) e Alqueva (100 MW). Avançam para já estas 7 localizações, mas existem mais cerca de 10 possibilidades em análise, num total de cerca de 700 hectares, o objetivo é ir lançando concursos regularmente até 2025.

João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, na apresentação do leilão, referiu que serão acauteladas as condições de uso público da água das albufeiras, nomeadamente o abastecimento de água, o turismo e o acesso por parte dos meios aéreos de combate a incêndios.

Já em julho passado a EDP tinha anunciado a instalação de 11 mil painéis flutuantes na albufeira do Alqueva, tendo-se juntado em parceria à Corticeira Amorim e à espanhola Isigenere, no desenvolvimento de flutuadores que misturam cortiça e polímeros reciclados. Serão necessários 25 mil flutuadores para manter à tona os painéis sobre o espelho de água. O projeto prevê um investimento de 4 milhões de euros, sendo também instalado um sistema de baterias para armazenamento de energia. A produção anual espectável é de 7,5GW, que permitirá a satisfação de abastecimento de 25% dos consumidores de energia na região de Portel e Moura. A EDP tinha já implementado um projeto-piloto no Alto Rabagão, Montalegre, onde foram feitos testes nas mais adversas condições. Segundo a empresa, o ensaio teve bons resultados.

Para a instalação dos parques fotovoltaicos flutuantes apenas para o Alqueva haverá necessidade de estudo de impacto ambiental, conforme foi veiculado pelo governo, os outros seis projetos apenas necessitarão de estudo de incidências ambientais.

Apesar de aparentemente estarmos no bom caminho, levantam-se algumas questões de índole ambiental, logo de imediato, ocorre-nos o impedimento da passagem de luz solar em profundidade nas albufeiras. Esperemos que as áreas cobertas pelos painéis não sejam em demasia. A não passagem de luz solar poderá provocar alterações nos ecossistemas aquáticos, eventual hipoxia (ausência de oxigénio) provocada por ausência de algas que realizem fotossíntese, com a consequente alteração da cadeia alimentar, podendo beneficiar algumas espécies aquáticas em detrimento de outras.

O puzzle da natureza é imenso e complexo, todas as ações de intervenção deverão ser sempre realizadas com extrema cautela, procurando o mínimo impacto. Devemos sempre procurar equilíbrios, esperamos que os decisores que elegemos sejam sapientes.

Paulo Gil Cardoso/MS

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