António Costa apresenta a demissão
O primeiro-ministro acaba de apresentar a demissão do cargo que ocupava há oito anos. António Costa afirmou que esse é, “obviamente”, o passo que lhe cabe dar para preservar a “dignidade das funções”, na sequência das investigações do Ministério Público.
“Como sempre, confio totalmente na Justiça e no seu funcionamento”, afirmou o chefe do Governo, esta terça-feira. “É, porém, meu entendimento que a dignidade da função de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a integridade, boa conduta e, menos ainda, com a suspeição de qualquer ato criminal”, acrescentou.
Nesse sentido, revelou: “Obviamente, apresentei a minha demissão ao senhor presidente da República”. Referiu ainda que Marcelo Rebelo de Sousa, “com grande simpatia”, não o questionou sobre os motivos dessa decisão.
A demissão ocorre depois de, esta terça-feira, o Ministério Público ter revelado que iria constituir como arguidos os ministros João Galamba e Duarte Cordeiro, num processo a envolver os negócios do lítio e do hidogénio verde. O mesmo deverá ocorrer com o ex-ministro João Matos Fernandes.
A residência oficial do primeiro-ministro foi alvo de buscas, tendo a Procuradoria-Geral da República anunciado que António Costa será investigado “autonomamente”. Segundo o “Público”, já terão sido detidos o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, e também Diogo Lacerda Machado, consultor próximo de Costa.
O primeiro-ministro esteve reunido com o presidente da República durante cerca de 10 minutos, entre as 13 e as 13h10 horas, no Palácio de Belém. Logo depois, o seu gabinete anunciou que Costa falaria pelas 14 horas. De manhã, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha recebido o chefe do Governo, a pedido deste.
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