Unesco diz que 2023 foi “ano letal” para jornalistas em zonas de conflito
A morte de 65 jornalistas, 38 dos quais em zonas de conflito, levou a UNESCO a qualificar o ano de 2023 como letal, apesar da diminuição do número de vítimas na contagem absoluta face ao ano passado (88).
“Esta diminuição em termos absolutos esconde um fenómeno muito alarmante: o aumento pronunciado do número de assassinatos em zonas de conflito”, alertou esta terça-feira a diretora-geral da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Audrey Azoulay, em comunicado.
Os países onde a Unesco registou mais mortes em zonas de conflito foram os mesmos já denunciados pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) no seu último relatório anual: Palestina (19), Líbano (3) e Israel (2).
Todas as mortes de profissionais da comunicação social contabilizadas pela agência da ONU nestes três territórios aconteceram depois dos ataques do grupo islamita Hamas a Israel, e não desde o início do ano, como refere a RSF.
Afeganistão, Camarões, Síria e Ucrânia também foram locais de várias mortes de jornalistas, com pelo menos duas vítimas em cada um.
A diminuição da mortalidade aconteceu sobretudo nos Estados Unidos, na América Latina e nas Caraíbas, onde se registaram 15 assassinatos este ano contra 43 em 2022.
Estes números não incluem as mortes de jornalistas e profissionais de comunicação em circunstâncias não relacionadas com a sua profissão.
Ameaças, ataques físicos, detenções e confisco de equipamentos são outros riscos a que estes profissionais estão expostos, segundo esta organização internacional.
Uma situação que, garantiu, pode gerar “zonas de silêncio”, ou seja, inacessibilidade dos cidadãos a informação em zonas onde esta é crucial.
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