O juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou na segunda-feira que a Polícia Federal (PF) investigue a angariação milionária feita por apoiantes de Jair Bolsonaro, no início deste ano. A decisão surge após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A campanha de angariação promovida por bolsonaristas angariou 17,2 milhões de reais (3,3 milhões de euros) entre janeiro e o início de julho. Os quase 770 mil depósitos bancários, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, eram “provavelmente” para que o ex-presidente pagasse multas da Justiça.
O relatório do Conselho, enviado para a Comissão Parlamentar responsável pelo apuramento dos atos golpistas, considerou as movimentações como atípicas. Congressistas pediram ao STF uma investigação a Jair Bolsonaro.
O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, defendeu que o caso fosse investigado pela Polícia Federal, para que seja esclarecido se há uma ligação com a milícia digital que promovia ataques contra a democracia e as instituições. Além disso, a PGR apela a uma análise sobre os doadores, já que suspeita que investigados pelos atos antidemocráticos teriam participado na angariação.
A campanha, iniciada no final de junho, foi divulgada por parlamentares e ex-membros do Governo de Jair Bolsonaro. O antigo chefe de Estado teve as contas bloqueadas pela Justiça de São Paulo após não pagar as multas do período da pandemia, quando não cumpriu as determinações estaduais, que obrigavam ao uso de máscara em espaços públicos.
Em julho, a defesa de Bolsonaro, citada pelo portal G1, condenou a divulgação dos dados bancários do antigo presidente. Os advogados salientaram que as suspeitas são “levianas e infundadas”, pois as doações têm “origem absolutamente lícita”.
JN/MS
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