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Docentes pedem que Universidade do Minho condene inequivocamente genocídio em Gaza

Eyad Baba / AFP

Oitenta e um professores e investigadores da Universidade do Minho (UMinho) instaram hoje os responsáveis máximos da academia a assumirem uma posição “pública e inequívoca” contra o “genocídio em curso” de palestinianos na Faixa de Gaza.

Em carta dirigida ao reitor e à presidente do Conselho Geral da UMinho, intitulada “Calar é consentir”, os subscritores reclamam ainda a suspensão de toda a cooperação com o Estado de Israel e com todas as empresas e instituições académicas israelitas que, de qualquer forma, contribuam para a ocupação, o terror e a violação grosseira do direito humanitário internacional.

Dizem que sentem “vergonha alheia do silêncio” dos responsáveis da UMinho, um silêncio que, acrescentam, contrasta com a celeridade e assertividade com que a academia condenou a invasão da Ucrânia.

Querem também que na UMinho de manifeste disponível para cooperar com as instituições de ensino, investigação e cultura palestinianas, como universidades, museus, escolas e bibliotecas, muitas já completamente destruídas.

Aquela cooperação deverá ser traduzida na preservação e reconstrução das instituições, assim como no acolhimento estudantes palestinianos que procurem refúgio na UMinho.

Os 81 professores e investigadores pedem também que a UMinho “não exiba, sob que pretexto for, em nenhum lugar dos campi nem em nenhuma cerimónia académica, a bandeira ou qualquer outra insígnia do agressor”.

“Não pactue com o muro de silêncio que insidiosamente se ergue sobre o genocídio, mas antes exerça toda a sua capacidade de influência para exigir um cessar-fogo imediato, incondicional e definitivo”, pedem ainda os signatários.

Consideram que é preciso reafirmar as universidades como “lugares de procura e liberdade, de dissenso e de saber, de tolerância, respeito pelo outro e defesa daquilo que nos faz humanos”.

Lembram que o terror progride em Gaza, com mais de 37 mil mortos, dos quais 20 mil crianças, e com 70% das estruturas civis destruídas, frisando que “a fome e a sede estão a ser usadas como “armas de guerra”.

Em resposta à Lusa, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, diz que a orientação política da instituição deve ser concertada com a posição oficial do Estado português e com o entendimento das associações de universidades nacionais e europeias de que faz parte.

“Entende também que a expressão de uma posição da universidade requer a mobilização dos principais órgãos de governo e de consulta da universidade”; acrescenta.

Por isso, a instituição “tem optado por manter as relações de trabalho com as universidades israelitas e palestinianas, posicionando-se como um parceiro que procura pontes de diálogo entre as partes no caminho para a paz na região”.

Rui Vieira de Castro diz ainda que tem acompanhado as diversas manifestações de preocupação que emergiram no seio da universidade, considerando que se trata de expressões solidárias e de protesto, por parte dos estudantes, professores e trabalhadores técnicos e administrativos, “que fazem sentido face à catástrofe humanitária vivida naquela região do globo e que não pode deixar ninguém indiferente”.

JN/MS

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