Bimbas trazem sabores de Aveiro para Toronto
Sábado, dia 27 de janeiro marca o primeiro dia do resto da vida das Bimbas. E quem são as Bimbas? Aqui vai a resposta: três amigas que um dia resolveram fazer algo mais para além do que já tinham a preencher-lhes os dias.
Carina Paradela, Auriane Fazendeiro e Maria de Fátima Lima têm em comum o facto de serem todas da região de Aveiro e mulheres determinadas. Carina Paradela explicou-nos o que as levou a abrir as portas para um negócio que nos transporta para a região que as viu nascer – “nós já tínhamos falado várias vezes em abrir alguma coisa, mas faltava-nos definir o quê, exatamente. Procurávamos uma ideia… a Auriane foi a Portugal e quando voltou veio com a sugestão de abrirmos este negócio. Então nós decidimos juntarmo-nos, as três. No fim de contas, tratou-se de encontrar as pessoas certas, o produto certo, a altura certa”.
Quando se entra na loja das Bimbas tudo nos remete para a região de Aveiro – as casinhas da Costa Nova, os barcos moliceiros e, claro, o que tem mais destaque são produtos “muito típicos de Aveiro, como são a bolacha americana e as tripas doces”. Mas não só, como explica Carina Paradela “vendemos também cachorros à moda de Portugal, exatamente como nós comemos em Portugal, com todas as coisas a que temos direito lá dentro”.
Auriane Fazendeiro entrou na conversa para nos dizer que estão a pensar aumentar a oferta, mas para isso há algo essencial: “nós gostamos muito de ouvir o que o cliente diz e parece-me que se forem coisas que sejam de fácil execução para nós e que possam acontecer nesta loja, nós vamos ter muito gosto em trazer mais algumas coisinhas, mais alguns produtos portugueses”.
Apesar da região de Aveiro estar também muito ligada a uma iguaria gastronómica muito apreciada por tantos, as enguias fritas, Auriane reconhece, entre risos, que isso não vai ser fácil. Temos pena, mas compreendemos. Auriane Fazendeiro confessou que este novo desafio que resolveram abraçar, para além de trabalho traz-lhes Portugal. “Traz um pouco do nosso país até nós. Eu acho que houve uma altura em que percebemos isso.
Quando nós chegamos à massa perfeita, que nos demorou muitos, muitos meses a encontrar, naquele momento em que nós provamos aquela massa, que para nós era perfeita, correu uma lagrimazinha porque sentimos que só faltava o mar. Foi muito especial. Então, este projeto traz-nos isso mesmo, traz-nos Portugal, traz-nos saudade, traz-nos casa”. As tripas doces, a bolacha americana e os cachorros estarão ali, no 469 da Rogers Road, em Toronto, a tentar-nos todos os dias (7 dias por semana) e as portas da Bimbas abrem de segunda a sexta, das duas da tarde à nove da noite, aos sábados das 11 da manhã às 10 da noite e aos domingos “vamos descansar um bocadinho e vamos trabalhar das 11 da manhã às cinco da tarde”.
Tudo isto articulando este negócio, com a vida profissional de cada uma e ainda, naturalmente, com a vida familiar. Como conseguem? Auriane Fazendeiro responde “vamos conciliar. Nós somos mães e somos mulheres. Portanto, há muito pouca coisa que não se consiga fazer na nossa vida, não é? Todas as mulheres acho que são assim, guerreiras e habituadas aos desafios e a muita confusão. Todas nós vamos manter os nossos trabalhos para já, porque é um negócio novo, mas vamos funcionar todos os dias”.
Como explicou Carina Paradela a divulgação vai ser feita “muito nas redes sociais, mas contamos muito com a nossa comunidade e a sua capacidade de passar a novidade, boca a boca. Esperamos que o nosso produto agrade o suficiente de modo a conseguir fazer com que as pessoas passem a notícia e chamem mais e mais gente para vir provar estes produtos, que nos levam até à região de Aveiro, Portugal”.
Por fim, Maria de Fátima Lima explicou-nos que “este é um grande desafio. É um projeto do coração, um projeto da vida também, que engloba muito trabalho, muito esforço, mas com muita boa vontade. Vontade de estarmos aqui para as pessoas”.
Naquele sábado, para além das olheiras que marcavam nos seus rostos o cansaço gerado pela necessidade de ter tudo pronto para receber os primeiros clientes, não faltavam também os sorrisos e o brilho no olhar de quem acredita que o sonho vai dar certo.
Madalena Balça/MS
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