Comunidade

Academia do Bacalhau de Toronto celebrou 25º aniversário

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Foi no salão nobre do Europa Catering, que a Academia do Bacalhau de Toronto comemorou o seu 25º aniversário no passado dia 10 de novembro, com cerca de 100 pessoas. Os compadres e comadres, como são conhecidos os membros desta academia, foram recebidos por Raoul Gomes, presidente da Academia; Zilda Evangelista e Filipe Pereira, ambos vice-presidentes.

A primeira Academia nasceu em Joanesburgo, África do Sul, em 1968, com a missão de celebrar a herança portuguesa, promover laços comunitários, perpetuar tradições, ampliar o espírito de camaradagem e fortalecer o vínculo entre os membros das 50 academias espalhadas pelo mundo, sempre acompanhados pelo fiel amigo… o bacalhau – símbolo da riqueza cultural portuguesa. Depois de dadas as boas-vindas aos presentes, a mestre de cerimónia , Fátima Martins, chamou Raoul Gomes para fazer o seu discurso e de seguida convidou todos os presentes a fazer o tradicional Gavião de Penacho, que foi repetido mais uma vez durante a noite. O jantar, como esperado, foi composto por: sopa de legumes com bacalhau e bacalhau com batata assada. Ainda durante o serão, 5 compadres e 3 comadres receberam o Diploma de (novos) membros da Academia de Bacalhau de Toronto, devidamente carimbada com vinho tinto. Luis Marcelino, poeta e escritor da comunidade ainda recitou dois poemas: “O bacalhau” e “São Martinho”

Questionado sobre a importância de celebrar este marco da Academia do Bacalhau de Toronto, Raoul Gomes não teve dúvidas: “é importante porque é continuação da nossa tradição. Estamos em Toronto há 25 anos como uma organização, mas temos as nossas filiais à volta do mundo desde 1968. Começou na África do Sul e é uma organização excelente que promove a herança portuguesa e a sua cultura (…) e 25º aniversário é marco para lembrar.”. A Academia do Bacalhau, iniciada por um grupo de amigos que se juntava à sexta-feira para um convívio saudável, onde política, religião e negócios eram tabu, é até hoje uma associação cívica sem fins lucrativos e com cariz filantrópico – angariação de fundos para ajudar instituições de solidariedade. Sobre esta vertente e planos para o futuro, o presidente da Academia de Toronto revelou que “o plano é manter a camaradagem e beneficiar a sociedade em que estamos inseridos. Nós fazemos muitas ações de solidariedade e doámos no passado e planeamos doar, não só dinheiro como também o nosso tempo e trabalho.”. Como todas as organizações, a Academia de Bacalhau de Toronto também tem enfrentado desafios e segundo Raoul Gomes, o maior desafio é “conseguir que os membros compareçam aos jantares. Hoje temos cerca de 100 pessoas neste jantar, o que é fantástico, mas no passado tínhamos 200 a 300 pessoas… e esse é o meu objetivo, conseguir esses números outra vez.”.

Entre os presentes encontrava-se o Cônsul-geral de Portugal em Toronto, Joaquim do Rosário, um dos novos membros desta Academia, que nos explicou porque não podia deixar de comparecer neste evento tão significativo e confidenciou que passar uma noite na Academia do Bacalhau “é uma noite especial, porque se festeja a nossa gastronomia e um dos ícones… ou talvez o principal ícone da nossa gastronomia que é o bacalhau. Gastronomia é cultura e nós aqui também celebramos cultura… convivendo à volta de um prato de bacalhau, falando sobre a História de Portugal e da História do bacalhau também, porque o bacalhau está diretamente ligado à História de Portugal. No fundo, são pretextos para manifestar a nossa cultura e apreciar a gastronomia porque faz parte de nós!”. O Cônsul-geral de Portugal em Toronto ainda fez questão de frisar que “as Academias de Bacalhau são hoje instituições por todo mundo (…) e são instituições culturalmente e gastronomicamente muito respeitadas e, também não esqueçamos isto, solidariamente muito respeitadas porque habitualmente todos estes jantares e eventos têm sempre uma componente solidária e uma angariação de fundos a favor de instituições de solidariedade social que trabalham com os mais desfavorecidos.”. Sem constrangimentos, perguntámos a Joaquim do Rosário, quais eram os seus pratos de bacalhau favoritos e no topo da lista está o Bacalhau à Gomes de Sá e o Bacalhau com Natas, porém confidenciou-nos que o que mais gosta é “o bacalhau com todos (…), acompanhado por um bom vinho… que maravilha, não falha!”

 

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A Academia do Bacalhau de Toronto nasceu a 19 de setembro de 1998 e o fundador, Richard Burton, contou-nos como começou: “o meu pai frequentava a academia de África do Sul e quando vim para o Canadá, trouxe o meu pai para cá pouco tempo depois e ele insistia sempre que os filhos não se esquecessem das tradições e raízes portuguesas e pensei que talvez a Academia do Bacalhau fosse uma coisa interessante, até porque permite que toda a juventude e toda a gente que está aqui (…) tenham elos de contacto a nível mundial.”

E como a época natalícia está a bater à porta, o Cônsul-geral de Portugal em Toronto em conversa confirmou que no seio do seu lar o bacalhau também é rei na consoada e sem hesitar, Joaquim do Rosário ainda asseverou que “se não fizesse parte da gastronomia da minha casa, acho que a minha mulher ia jantar fora. A minha mulher diz que o melhor prato do mundo é Bacalhau com grão, portanto em casa no Natal não pode faltar bacalhau com grão, mas há um prato que também não falta em minha casa… que é servido no dia a seguir à consoada, que é o chamado “roupa velha” que é feito com o bacalhau e as sobras do dia anterior e que é uma maravilha e todos adoramos a “roupa velha”. Para quem não está habituado a esta expressão da “roupa velha”, informe-se que é um excelente prato para comer a seguir à consoada.”. A festa foi pela noite dentro ao som de música ao vivo com Tânia Barbosa e Daniel Tiago.

Carmo Monteiro/MS

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