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Organização liderada por Paulo Casaca associada a operação de desinformação na ÍndiaOrganização liderada por Paulo Casaca associada a operação de desinformação na Índia

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Créditos: Eduardo Costa

Investigação relaciona organização liderada pelo antigo eurodeputado socialista Paulo Casaca a operação de desinformação a favor do Governo de Narendra Modi, na Índia.  Segundo a notícia avançada na edição desta semana do jornal Expresso, uma investigação do consórcio Forbidden Stories revelou um esquema de propaganda que envolve dois portugueses. 

Segundo o semanário, esta operação de desinformação a favor do Governo de Narendra Modi, na Índia, foi montada na Europa para atacar alvos preferenciais de Nova Deli, incluindo o Paquistão e a China, e defender o nacionalismo hindu recorrendo a notícias e media falsos, através de  jornalistas e especialistas inventados e think tanks subsidiados por estruturas opacas.

Por detrás desta campanha mediática estarão um grupo económico indiano, o Srivastava Group, e a maior agência noticiosa da Índia, a Asian News International (ANI), que tem funcionado como um distribuidor massivo de notícias falsas, sendo depois repescadas por muitos outros sites de informação.

Um dos portugueses envolvidos é o antigo eurodeputado Paulo Casaca, tendo sido identificada nesta investigação uma organização por ele fundada com sede em Bruxelas, denominada de Fórum Democrático da Ásia do Sul, ou South Asia Democratic Forum (SADF).

A outra organização é o Fórum Internacional para os Direitos e a Segurança (IFFRA), que foi fundado em 2012 por Mário Silva, um político de origem açoriana emigrante em Toronto e antigo deputado no Parlamento canadiano. Em 2014, esta organização foi formalmente dissolvida.

O jornal acrescenta ainda que estas duas organizações fundadas por portugueses já tinham sido mencionadas em relatórios anteriores da EU DisinfoLab, publicados em 2019 e 2020 com o nome de “Crónicas Indianas” (“Indian Chronicles”),  assim como num terceiro relatório divulgado esta quinta-feira com uma atualização sobre o esquema, ao mesmo tempo que os parceiros de media da Forbidden Stories publicam as suas próprias histórias sobre o tópico.

Numa entrevista que Paulo Casaca concedeu ao jornal “Knack” para esta investigação do Forbidden Stories, o antigo eurodeputado admite que a organização tem sido prejudicada pelo relatório de dezembro de 2020 da EU DisinfoLab, que descreveu o SADF como fazendo parte do esquema montado pelo Srivastava Group para instilar visões negativas sobre o Paquistão e defender os interesses da Índia.

O jornal revela ainda que embora Paulo Casaca assegure que é independente e não recebe financiamento direto do Srivastava Group, assume que teve o apoio de Pramila Srivastava, a chairman do grupo, entretanto falecida, para criar a sua organização.

Por outro lado, o jornal avança que entre 2011 e 2022, o SADF recebeu 2,4 milhões de euros, quase tudo em subsídios dados por entidades como a European Foundation for International Development, no Luxemburgo, e a Euro Corporation Ltd, na Nova Zelândia. Mas que o ex-eurodeputado diz desconhecer quem são os seus financiadores. “Há dezenas de empresas que têm contribuído para o SADF. Devo conhecê-las? Deveria fazer-lhes uma auditoria?”

Ainda nesta entrevista, o açoriano revela que depois de ter deixado de ser eurodeputado a sua situação financeira se tornou dramática. “No final de 2010 eu não tinha um franco no bolso. Regressei à Bélgica como emigrante. Tive até de pedir dinheiro à minha mãe para sobreviver. Depois, em 2011, foi criado o SADF. Foi isso que me permitiu viver.”

Paulo Casaca não deixa ainda de lamentar aquilo que chama de “assassínio de caráter” e acusa a EU DisinfoLab de ser “o caso mais óbvio de infiltração de interesses islamistas no seio da União Europeia”.

AO/MS

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