Açores

Novo romance inspirado nos Açores

Joel Neto acaba de lançar mais um romance inspirado nos Açores. A Horta dos anos 40 está retratada em “Meridiano 28”, da autoria do escritor natural da ilha Terceira.

Casa cheia na Livraria Leya Solmar, em Ponta Delgada, na passada quinta- feira à noite, para o lançamento do novo romance do escritor açoriano Joel Neto.

O autor falou demoradamente do seu “Meridiano 28”, tendo mesmo lido algumas passagens do romance e explicado os contornos da obra de ficção.

Público atento e a merecer por parte do autor uma explicação pormenoriza- da sobre como se inspirou e onde viajou para recolher muita informação.

Mas o ambiente geral estava dominado, neste dia, pela morte da escritora Adelaide Freitas, cujo funeral tinha sido poucas horas antes, na Achadinha.

Ademais, Vamberto Freitas seria o apresentador da obra de Joel Neto, pelo que, à última da hora, Joel convidou o escritor Urbano Bettencourt para ser o orador, mas para evocar Adelaide Freitas.

Urbano Bettencourt fez a seguinte síntese:

“Ao fim da manhã de ontem, o Joel telefonou-me, ainda da Terceira, pedindo-me para fazer uma breve intervenção à noite. Tentei escusar-me, «preferia não fazê-lo», como dizia a personagem do Melville, o autor que a Adelaide trabalhou demoradamente. O último argumento do Joel: «és da geração dela.»

No regresso da Achadinha, ainda em choque, e enquanto o Onésimo conduzia, fui organizando umas ideias, esquematicamente reduzidas a 3 tópicos:

  1. O «lugar» da Adelaide numa geração açoriana masculina e predominantemente francófila (teria havido também, num campo completamente diferente, a Ivone Chinita, mas esta ficou aos 34 anos numa estrada de Espanha). As referências literárias e teóricas da Adelainde vindas do campo americano, a marcar um ensaismo elegante na expressão e inteligente na abordagem; um ensaísmo que traçava linhas oblíquas, mesmo quando se ocupava de um objecto que nos era comum, a literatura açoriana. A apresentação nacional, a partir dos Açores, dos escritores açor-americanos (Katherine Vaz para co- meçar), em parceria com o Vamberto.
  2. A ficção literária: a poesia, mas sobretudo o romance «Sorriso por dentro da noite». Faltava-nos, no tratamento da emigração, este olhar feminino que a vê do lado de cá, como um desgarramento e uma orfandade. Uma personagem em crescimento e aprendizagem: Xana.
  3. A intervenção política e governativa: o seu trabalho no Instituto de Acção Social. Para lá dos livros (que provavelmente nunca leram), as pessoas da Achadinha guardam uma grata imagem e memória da Adelaide (disse-mo o Vamberto), graças à sua passagem pelo IAS: os gestos, o afecto (quando ainda não era moda falar dele), as «respostas».

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